Concerto

Marcelo Bratke e Camerata Brasileira reinventam Tom Jobim

Músicas do maestro ilustradas por imagens da natureza

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 08/05/2013 às 6:00
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O pianista Marcelo Bratke está em turnê pelo país com o espetáculo Tom Jobim plural, com a Camerata Brasil, e se apresenta sexta-feira, às 10h, no Teatro de Santa Isabel (com entrada gratuita). Em Aracaju (SE), ele descobriu que tocar Jobim era mais importante do que supunha: “As novas gerações não conhecem Tom Jobim. Em Aracaju comecei a perguntar a um pessoal bem jovem, e ninguém conhecia. Sabiam algumas músicas, mas não identificavam o autor”, diz Brakte que está no seu terceiro projeto tocando um grande nome da música brasileira. Os dois anteriores foram Villa-Lobos, e Ernesto Nazareth. Ano que vem incursiona pela obra de Dorival Caymmi, que completaria 100 anos em 2014. 

Uma estratégia que torna ainda mais atraente o concerto são as imagens projetadas durante o espetáculo, um filme/cenário assinado por Marianita Luzzati, mulher do pianista. Uma ideia que surgiu antes de Jobim, num dos inusitados concertos realizados por Marcelo Bratke. ele já se apresentou Fernanda Takai (Pato Fu), e Sandy, mas nada comparado, para um músico erudito, a fazer o circuito de penitenciárias paulistana: “Achamos que um concerto apenas com a música talvez não fosse bem recebido pelos internos. Mariannita sugeriu que projetássemos imagens da natureza. Começamos no presídio feminino do Butantã. Quando toquei as cirandas de Villa-Lobos foram projetadas imagens mar, as mulheres na plateia começaram a chorar a e fazer coro. Então quando veio o projeto Tom Jobim, foi feito um filme conceitual sobe a natureza brasileira, registradas em vária regiões do país, o que tem tudo a ver com a sua música”, explica Brakte.

O conceito da camerata também surgiu por um bem-vindo acaso. Em 2005, Marcelo Bratke e Naná Vasconcelos foram convidados para inaugurar o Teatro Ibirapuera, en São Paulo. Naná reuniu um grupo de percussionistas adolescentes do Morro da Conceição (entre eles estava Lucas dos Prazeres, hoje o melhor percussionista da sua geração em Pernambuco). O show estendeu-se a uma pequena turnê europeia. Veio em seguida o projeto Carnaval Trilogiy, também com jovens percussionistas, com os quais também fez turnê internacional. Em 2007, estas experiências desaguaram na Camerata Brasileira com jovens de comunidades carentes de Vitória (ES). Seis anos depois, houve poucas mudanças na formação de 13 músicos, que pode ser reduzida a cinco (assim se apresenta no Santa Isabel): “O projeto cresceu tanto que, literalmente, ganhou o mundo. Fizemos concertos em muitos países, tocamos no Carnegie Hall, em Nova Iorque, no Japão, em Londres, com excelentes resenhas no New York Times, The Guardian”, comenta Marcelo Bratke;

Ele é um pianista de enfrentar desafios, um dos mais difíceis venceu aos 44 anos. Até então,devido uma catarata congênita, era praticamente cego (tinha apenas 2% da visão de um olho, e 7% de outro). Com a cirurgia, realizada em Boston (EUA), recuperou 100% da visão de um olho, e parte do outro :”Passei a ver o que nunca tinha conseguido ver antes. O que minha vida mudou com isto: Desde então passe ia trabalhar com projetos sociais”, diz o pianista. 


 

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