Virtuosi 2017

Edson Cordeiro vai do clássico ao popular em Garanhuns e Gravatá

Ele começou a cantar em igrejas aos seis anos de idade

JOSÉ TELES
Cadastrado por
JOSÉ TELES
Publicado em 28/07/2017 às 3:54
foto: divulgação/
Ele começou a cantar em igrejas aos seis anos de idade - FOTO: foto: divulgação/
Leitura:

Com um disco recém-lançado, e um repertório dedicado ao fado, o paulista Edson Cordeiro está de volta a Pernambuco para dois concertos: no Virtuosi, hoje em Garanhuns, na Catedral de Santo Antonio, e amanhã em Gravatá, na Catedral de Sant?Ana. "Estou feliz por voltar a cantar em Pernambuco com um repertório especial, com esta orquestra fantástica. Um repertório que terá a música de Mozart, Bach, Haendel, Bizet. Não canto nada do disco novo, ele fica para uma próxima vez", diz Edson Cordeiro, em entrevista por telefone.

Ele entra, pois, totalmente no conceito do Virtuosi e, com a Orquestra Jovem de Pernambuco regida pelo maestro Rafael Garcia, enfatiza árias, como a abertura da ópera Don Giovanni, de Mozart, o intermezzo da ópera Cavalleria Rusticana e o prelúdio de Carmen, de Bizet - esta presente no repertório que apresentava quando começava a carreira, em 1990. Mas o programa não é apenas voltado para o erudito. Vai até a música caipira, com o clássico Saudade da Minha Terra, lançada por Goiá e Belmonte, 45 anos atrás, ou Granada, que o mexicano Agustin Lara gravou há 85 anos.

Edson Cordeiro argumenta que clássico e erudito não obrigatoriamente se excluem. "Acho que sempre foi assim, as músicas sempre andaram juntas. Você não é obrigado a gostar disto ou gostar daquilo. O público pode ser até privado de ouvir certas coisas, de ouvir outra música que não toque no rádio e na televisão. Não sou da ditadura da música clássica nem da música comercial. Um show feito este, que acontece há mais de vinte anos, dá as pessoas este direito da escolha, isto é muito bom". Naturalmente, não estranhará cantar em igrejas, pelo contrário faz isto desde os seis anos de idade. "Pra mim, cantar em igreja é o meu habitat".

DISCO

O fado está ocupando a maioria da sua agenda, começou há pouco tempo a turnê de Fados, o álbum que gravou no Porto, Portugal, com músicos portugueses e brasileiros, contemplando uma maioria de canções lusitanas, mas abrindo para o Fado Tropical, de Chico Buarque, que incomodou a censura da ditadura militar em 1973. O disco, no entanto, para Edson Cordeiro é a deixa para voltar aos palcos. "Sou um artista de show, o mercado fonográfico já era. Hoje em dia, o artista que depende de disco pra viver não vive. Pelo menos o artista que não está na televisão a cada cinco minutos, aquele que você abre a geladeira e lá está ele. Mas o CD de Fado está sendo um grande sucesso, a crítica e o público têm gostado. Não muda ao vivo. Da forma que eu gravei eu canto. Tenho músicos aqui que tocam fado, fantásticos artistas brasileiros que estão me acompanhando na turnê".

Últimas notícias