Remanescente da segunda leva de grupos da movimentação manguebeat nos anos 1990, o Cascabulho está trabalhando na feitura do seu quarto disco, ainda sem nome, no estúdio Casona, em Piedade. O lançamento vai marcar, em 2013, os 18 anos do grupo, hoje formado por Magrão (vocais), Alexandre Ferreira (flautas, guitarra, vocais), Leo Lira (guitarra), Jackson Rocha (baixo), Leo Oroska (percussão) e Do Jarro (bateria).
A produção está nas mãos de JR Tostoi, guitarrista carioca que já tocou com artistas dos mais diferentes estilos, a exemplo de Lobão, Ana Carolina, Caetano Veloso, Roberta Sá, Lucas Santtana, Fernanda Abreu. Atualmente, o músico integra a banda de Lenine.
Tostoi diz que não interferiu nos arranjos das músicas, atuando mais na questão das timbragens dos instrumentos. Sobre a evolução musical dos pernambucanos, ele comenta: “O som deles continua brasileiro, só que pop, no bom sentido da palavra”.
Essa é basicamente a mesma impressão que os músicos da banda têm em relação a seu próprio trabalho – que, no início, era fortemente calcado em estilos nordestinos mais tradicionais, mas foi se modificando com a entrada de novos integrantes.
“Acho que esse foi o disco que a gente pode deixar mais a nossa impressão digital”, define Jackson.
O CD é formado por dez músicas, compostas em sua maioria pela dupla Magrão e Alexandre. A novidade é a marca pessoal de cada um dos outros músicos impressa em todos os arranjos, conforme os dois fazem questão de comentar. Uma das faixas é uma regravação de Retratista, do também pernambucano Otto, presente no seu segundo álbum, Condon black (2001).
O novo disco do Cascabulho está sendo bancado de forma totalmente independente, sem recursos provenientes de leis de incentivo à cultura. “Devemos negociar algo em torno da distribuição”, diz Magrão.
O lançamento deve ficar para depois do Carnaval. Além de Pernambuco, a banda pretende marcar shows em São Paulo e outras cidades do País.