
Roberto Carlos chega a uma idade emblemática para quem durante duas décadas foi o rei absoluto da juventude brasileira, 70 anos. Outros astros comparáveis a ele em idolatria, e sucesso, não tiveram a mesma sorte. Elvis Presley, morto, em 1977, aos 42 anos; e John Lennon, assassinado, em 1980, aos 40 anos. A grande maioria dos seu contemporâneos da jovem guarda, vive da nostalgia dos fãs. Roberto Carlos, o primeiro cantor a vender 1 milhão de cópias de discos, a cada lançamento, hoje não vende tanto, pela pirataria sem freios que assola mercado desde a década passada. Mas o prestígio, sai ano, entra ano, vem moda, vai moda, continua intacto. Nenhum outro artista brasileiro manteve uma carreira tão longa e tão bem sucedida quanto o Rei.
Sua cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim (ES) enfeitou-se para comemorar a data redonda, mas a festa foi adiada em razão da morte, por um infarto, da filha do cantor, Ana Paula Rossi Braga, 47 anos, na madrugada do sábado, 16. Ele faria um show no estádio da cidade, que foi transferido par ao dia 4 de junho. Depois de um início claudicante, fracassado como imitador de João Gilberto (no 78 RPM de estréia, em 1959, na Polydor), do álbum Louco por você, no selo Columbia, da CBS, há 50 anos, e alguns 78 RPM de pouco sucesso, ele estourou com Splish splash, versão de Erasmo Carlos para um hit do mesmo nome, do americano Bob Darin. Veio em seguida Parei na contramão (início do sucesso da dupla com Erasmo Carlos).
Desde então, Roberto Carlos tem batido recordes na indústria fonográfica e no show business nacional. Mais de 70 milhões de discos vendidos, turnês milionárias, sucessos na América Latina e Europa, um pouco menos nos EUA, um programa anual de TV também recordista, começou há 37 anos, e um prestígio inabalado por mudanças no gosto do consumidor, ou por tragédias pessoais. É inquestionável que a coroa vai permanecer com ele por muito tempo ainda.
Leia matéria completa sobre a trajetória do rei nesta terça (19/4), no Caderno C do Jornal do Commercio.