Teatro

Antônio Fagundes divide a cena com o filho, no espetáculo "Vermelho"

Peça a apresentada nesta sexta (19) e no sábado (20), no Teatro da UFPE, às 21h e às 20h30, respectivamente.

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 19/10/2012 às 6:35
Ivan Abjumra/Divulgação
FOTO: Ivan Abjumra/Divulgação
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Na Nova Iorque do final dos anos 1950, mestre e aluno brigam pela primeira vez. O vermelho alegre duela com o vermelho triste. O pupilo sugere toques de vermelhos na obra do experiente: vermelho do sangue que escorre quando se corta ao fazer a barba; vermelho da bandeira nazista ou da bandeira da China. De um lado da luta verbal e sentimental está o ansioso e hostil pintor russo naturalizado norte-americano Mark Rothko (1903-1970); do outro lado, o jovem, talentoso e provocativo Ken. Em cena, pai e filho, Antônio e Bruno Fagundes vivem a metalinguagem no espetáculo Vermelho, apresentado sexta (19) e sábado (20) no Teatro da UFPE, às 21h e 20h30, respectivamente.

O espetáculo da Broadway, com direção, no Brasil, de Jorge Takla, envereda na vida do expressionista Rothko, que do sucesso como um dos grandes nomes da pintura mundial caminhou para o desespero, fruto da crise financeira e existencial, culminando em um suicídio em 1970. Ken, seu auxiliar e aluno, provoca-o a uma reflexão sobre o envelhecimento, a arte e as ideias. Em seu ateliê, o mestre prepara telas encomendadas por um luxuoso restaurante e é questionado pelo aprendiz sobre o trabalho puramente comercial.

No palco, na pele do pintor russo, Antônio Fagundes divide pela primeira vez a cena com o jovem Bruno Fagundes, de 23 anos. “É quase uma metalinguagem. A peça, de uma certa forma, trata da problemática que a gente muitas vezes discute, a questão de referência. A gente costuma dizer que o pai e o filho ficam no camarim. Em cena, você tem que ser um profissional e lidar com o outro como profissional. E eu fiquei muito feliz em perceber em Bruno um apaixonado como eu, um grande companheiro de cena”, afirma o veterano, em entrevista ao JC.

O texto de Vermelho (no original Red, de John Logan) chegou à dupla de atores de forma inusitada. Antônio foi apresentado à obra por uma amiga, do mesmo jeito que Bruno. Os dois se encantaram pelo enredo, e em conversa ao telefone falavam sobre a história, até descobrirem que era a mesma. Para Bruno, o texto de John tem tudo que um ator precisa: humor, drama e conflitos. “É um texto claro, simples, direto. Dramaturgicamente impecável. A gente costuma dizer que a cada mil textos, um te marca. E meu pai foi a primeira pessoa que eu pensei para contracenar; e ele também pensou em mim.”

Ivan Abjumra/Divulgação
Antônio Fagundes contracena com o filho no espetáculo Vermelho - Ivan Abjumra/Divulgação
João Caldas/Divulgação
Antônio Fagundes contracena com o filho no espetáculo Vermelho - João Caldas/Divulgação
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Antônio Fagundes contracena com o filho no espetáculo Vermelho - João Caldas/Divulgação
João Caldas/Divulgação
Antônio Fagundes contracena com o filho no espetáculo Vermelho - João Caldas/Divulgação

Leia a matéria completa no Caderno C desta sexta (19).

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