
Um novo Programa Enfrentamento às Doenças Negligenciadas, o Sanar Recife, da Secretaria de Saúde, pretende, até 2016, reduzir, eliminar e combater o abandono do tratamento de quatro doenças transmissíveis negligenciadas: hanseníase, tuberculose, filariose e verminoses. O lançamento do programa ocorreu ontem no Auditório Capiba, na Prefeitura do Recife, com a presença do prefeito Geraldo Julio, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, o secretário de Saúde do Estado, Antônio Figueira, e o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Entre as ações prioritárias estão o assessoramento técnico às unidades de saúde para diagnóstico situacional, capacitações e oficinas para evitar que os pacientes abandonem o tratamento.
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Das quatro doenças incluídas no programa da capital, a hanseníase e a tuberculose se destacam pela quantidade de ocorrências e pelo número de pacientes que abandonam o tratamento. O Recife é a terceira capital brasileira com a maior incidência de tuberculose e a segunda quanto ao índice de mortes provocadas pela doença. Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, levantados entre 2007 e 2011, revelaram que 24 bairros recifenses com média de casos superior a 21 concentraram 64% do total de novos pacientes notificados. Essas áreas foram definidas como prioritárias para combater a tuberculose.
Com relação à hanseníase, uma média de 45 casos foi detectada a cada 100 mil habitantes do Recife. Desses 45 pacientes, 27,7 foram pessoas menores de 15 anos de idade, o que aponta a persistência de adultos não diagnosticados que atuam como fonte de infecção para as crianças e adolescentes. O levantamento revela que 26 bairros com média de casos de hanseníase superior a 13 concentraram 73% do total de casos novos notificados, sendo esses apontados como prioritários para o tratamento da doença.O quadro epidemiológico dessas duas doenças levou à definição de 82 unidades de saúde prioritárias do Sanar Recife por apresentarem situação mais crítica quanto à tuberculose e à hanseníase.