RESERVA DE SALTINHO

Micos achados no litoral vão

Micos-de-cheiro capturados na mata, em Tamandaré, passaram por teste de DNA para identificar origem

Betânia Santana
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Betânia Santana
Publicado em 05/01/2013 às 6:46
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Exame de DNA concluído recentemente revelou de que espécie são os micos-de-cheiro capturados na Reserva Biológica de Saltinho, em Tamandaré, a 80 quilômetros do Recife. Com o resultado, o Ibama de Pernambuco decidiu pela transferência dos animais para o Amapá, de onde são originários, ainda este mês.
De acordo com o teste, realizado na Universidade Federal do Pará, os nove macacos recolhidos há dois meses são do tipo Saimiri sciureus Como no Brasil há sete espécies de saimiris, todas amazônicas, era preciso saber a qual delas pertence o grupo antes de definir o local da soltura.
Os bichos estão em dois viveiros na reserva biológica, onde se alimentam de ração, frutas, grilos e larvas de besouro. O veterinário Alberto Campos, do Instituto Monã, responsável pela captura, informa que a população estimada de saimiris no lugar é de 200 indivíduos.
O recolhimento dos primatas invasores da área protegida, vinculada ao Instituto Chicos Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi determinada pelo Ministério Público Federal com base em denúncia doJornal do Commercio. A introdução dos micos-de-cheiro no local ocorreu há 20 anos, antes da criação da reserva.

As caixas de madeira para o transporte individual dos animais já estão prontas. Têm um metro de comprimento, 60 centímetros de altura e 43 de largura. Na avaliação do veterinário, os micos podem permanecer nelas por mais de um dia. Há ainda um compartimento para ração e para os dejetos.
“Os bichos precisam ser soltos logo porque ainda têm hábitos selvagens. Além disso, com a transferência os dois recintos que ocupam ficarão vagos para que possamos capturar mais indivíduos na mata”, diz Alberto Campos.
A soltura no Amapá está sendo negociada pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Pernambuco. “Entramos em contato com o Cetas de lá e eles podem receber os animais e destiná-los para áreas de soltura”, comenta o biólogo Edson Andrade.
Segundo ele, há um convênio do Ibama com a TAM para o transporte de animais silvestres. “Estamos apenas aguardando a liberação do frete pela companhia aérea para providenciar o embarque.”

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