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Hiroshima, 80 anos: exposição em São Paulo relembra ataque e faz apelo pela paz

Mostra gratuita "Heiwa", na Japan House, relembra o ataque nuclear e convida público a fazer origamis de tsuru; um dos originais está em exibição

Por JC Publicado em 06/08/2025 às 17:32 | Atualizado em 06/08/2025 às 17:45

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Nesta quarta-feira, 6 de agosto, completam-se 80 anos desde que a bomba atômica "Little Boy" foi lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. Três dias depois, o alvo foi Nagasaki. Para marcar a data e promover uma reflexão sobre os horrores da guerra, a Japan House, em São Paulo, apresenta a exposição gratuita "Heiwa", que significa "paz" em japonês.

A mostra, que fica em cartaz até 31 de agosto, busca, nas palavras da diretora cultural da instituição, Natasha Barzaghi Geenen, "não repetir aqueles [erros] que não deveriam nunca mais acontecer", especialmente para as novas gerações que não têm a dimensão do que os ataques significaram.

Tsurus: um símbolo de esperança

Um dos destaques da exposição é o convite para que o público participe da confecção de tsurus, tradicionais origamis de pássaros que simbolizam a paz na cultura japonesa. A crença diz que dobrar mil deles pode realizar um desejo. Os origamis feitos pelos visitantes no Brasil serão enviados ao Parque Memorial da Paz, em Hiroshima.

A tradição do tsuru como símbolo de paz foi imortalizada pela história de Sadako Sasaki, uma menina de 12 anos que morreu vítima da radiação da bomba. Em sua luta pela vida, ela dobrou mais de mil pássaros de papel. Um desses tsurus originais, um artefato de grande poder simbólico, foi emprestado para a exposição e está em exibição.

A resiliência da natureza

Outra parte impactante da mostra é uma instalação artística de Mari Kanegae que simula um jardim suspenso de oleandros brancos. A obra é uma referência à resiliência da vida: após o ataque em Hiroshima, acreditava-se que o solo ficaria infértil por décadas, mas os oleandros foram as primeiras flores a desabrochar na terra devastada.

A exposição também conta com desenhos sobre a paz feitos por crianças, um poema de uma sobrevivente e fotografias atuais das duas cidades japonesas.

(Com informações da Agência Brasil).

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