É o fato ou acontecimento de interesse jornalístico. Pode ser uma informação nova ou recente. Também
diz respeito a uma novidade de uma situação já conhecida.
Artigo
Texto predominantemente opinativo. Expressa a visão do autor, mas não necessariamente a opinião do
jornal. Pode ser escrito por jornalistas ou especialistas de áreas diversas.
Investigativa
Reportagem que traz à tona fatos ou episódios desconhecidos, com forte teor de denúncia. Exige
técnicas e recursos específicos.
Content Commerce
Conteúdo editorial que oferece ao leitor ambiente de compras.
Análise
É a interpretação da notícia, levando em consideração informações que vão além dos fatos narrados.
Faz uso de dados, traz desdobramentos e projeções de cenário, assim como contextos passados.
Editorial
Texto analítico que traduz a posição oficial do veículo em relação aos fatos abordados.
Patrocinada
É a matéria institucional, que aborda assunto de interesse da empresa que patrocina a reportagem.
Checagem de fatos
Conteúdo que faz a verificação da veracidade e da autencidade de uma informação ou fato divulgado.
Contexto
É a matéria que traz subsídios, dados históricos e informações relevantes para ajudar a entender um
fato ou notícia.
Especial
Reportagem de fôlego, que aborda, de forma aprofundada, vários aspectos e desdobramentos de um
determinado assunto. Traz dados, estatísticas, contexto histórico, além de histórias de personagens
que são afetados ou têm relação direta com o tema abordado.
Entrevista
Abordagem sobre determinado assunto, em que o tema é apresentado em formato de perguntas e
respostas. Outra forma de publicar a entrevista é por meio de tópicos, com a resposta do
entrevistado reproduzida entre aspas.
Crítica
Texto com análise detalhada e de caráter opinativo a respeito de produtos, serviços e produções
artísticas, nas mais diversas áreas, como literatura, música, cinema e artes visuais.
Procuradoria-Geral da República arquivou processo citando Fábio Vaz de Lima em 2013 por falta de provas - Projeto Comprova
Não há provas de que Fábio Vaz de Lima, marido da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, seja dono de serrarias clandestinas no Pará ou esteja envolvido com contrabando de mogno na região Norte, diferentemente do que sugere uma imagem que voltou a circular nas redes sociais.
A publicação resgata acusações antigas e sem comprovação, apresentando-as como se fossem fatos atuais e confirmados.
O boato remonta a um episódio ocorrido em maio de 2011, durante discussões no Senado sobre o Código Florestal.
Em 2011, Aldo Rebelo acusou o marido de Marina de envolvimento com contrabando de madeira. - Projeto Comprova
As acusações feitas por Aldo Rebelo se baseavam em uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), que apurou a doação de quase seis mil toras de mogno apreendidas na Amazônia para a ONG Fase, por meio de convênio com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A FASE é uma organização não governamental que não possui fins lucrativos e hoje atua em seis estados brasileiros, tendo sua sede nacional no Rio de Janeiro.
De acordo com o seu site oficial, a ONG “esteve comprometida com o trabalho de organização e desenvolvimento local, comunitário e associativo” desde as suas origens.
Marina Silva, por sua vez, pediu formalmente que o Ministério Público Federal investigasse o caso.
Em 23 de julho de 2013, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, arquivou o processo por falta de provas.
A decisão diz que “quanto às acusações feitas contra Fábio Vaz de Lima, não há um único elemento que confira foros de verossimilhança aos fatos noticiados pela imprensa”.
PGR arquivou processo contra Fábio Vaz de Lima em 2013 - Projeto Comprova
Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova
O conteúdo foi publicado por uma conta no X que, até a data da verificação, contava com 30,8 mil seguidores.
A postagem específica teve grande alcance: 1,4 milhão de visualizações, 2 mil republicações e 4 mil curtidas até 4 de junho.
O Comprova entrou em contato com o responsável pela conta, mas não obteve resposta até o momento. Ele diz se chamar Miguel e informa como local a cidade gaúcha de Bento Gonçalves.
A conta existe desde 2014 e tem um histórico de publicações alinhadas à direita política, frequentemente com elogios a líderes conservadores como Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL), e críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em uma das postagens, por exemplo, o perfil afirma: “Não tem como reorganizar o país ou resolver ao menos o problema da corrupção enquanto que esta máfia estiver no poder, isto é fato e ponto final.”
O contexto e o padrão de publicações sugerem uma intencionalidade de deslegitimar figuras do atual governo federal, o que pode explicar o interesse em associar a ministra Marina Silva e seu marido a práticas ilegais sem apresentar qualquer tipo de comprovação.
Por que as pessoas podem ter acreditado
A publicação usa linguagem alarmista para provocar indignação imediata.
Ao apresentar acusações graves, como envolvimento com serrarias clandestinas e contrabando de madeira, sem qualquer prova, o post apela para o escândalo como forma de convencimento.
O conteúdo não cita fontes, investigações ou documentos, mas é escrito como se as informações fossem de conhecimento público.
Outro recurso usado é o ataque direto à imagem de Marina Silva, com um tom depreciativo (“hipócrita descarada”) e menção pejorativa à sua aparência (cabeça de tartaruga).
Isso reforça o caráter emocional da postagem, criando um contraste entre o discurso ambientalista da ministra e as informações não comprovadas sobre o envolvimento do marido com o contrabando de madeira.
A publicação também utiliza uma imagem pessoal do casal para sugerir cumplicidade, reforçando a ideia de contradição entre a vida pública e a vida privada.
Esse tipo de abordagem pode enganar leitores justamente porque simula uma denúncia séria, ainda que sem qualquer sustentação factual.
A ausência de contexto e a forma como o conteúdo é apresentado — direto e visualmente impactante — aumentam as chances de compartilhamento, principalmente entre perfis críticos à ministra ou ao governo.
Isso é verdade, @grok?
É cada vez mais comum que usuários do X perguntem ao Grok, ferramenta de inteligência artificial da plataforma, se afirmações de determinados posts são verdadeiras.
Essa tática foi absorvida também por desinformadores, que a utilizam para espalhar mentiras nas redes sociais.
Ao fazer isso, a mentira pode se espalhar de três formas. Uma delas é quando os usuários nem leem a resposta do Grok, apenas o conteúdo com desinformação.
Outra, pior, é quando o Grok dá uma resposta errada, contendo falsidades. E uma terceira, quando usuários aproveitam para compartilhar a desinformação com a desculpa de estarem apenas consultando a IA.
Como o UOL mostrou, a ferramenta afirmou, erroneamente, que um vídeo em um aeroporto no Sudão seria um ataque de mísseis contra uma base aérea no Paquistão.
No caso do post envolvendo Lima, também é possível perceber como o Grok age em relação à desinformação.
Caso mostra como IAs podem ser usadas para espalhar desinformação - Projeto Comprova
O cantor Roger Rocha Moreira, que já teve publicações verificadas e classificadas pelo Comprova como falsas ou enganosas (1, 2 e 3 e 4), compartilhou o post mencionando o marido de Marina Silva incluindo a legenda “Isso é verdade, @grok?”.
A ferramenta dá respostas diferentes à mesma pergunta. Para Roger, ele diz que Lima é acusado. Já para um usuário que comenta no mesmo post do cantor com uma captura de tela de reportagem da CNN intitulada “Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles vira réu por exportação ilegal de madeira” e a pergunta “Isso é verdade @grok?”, a ferramenta responde, em inglês, que “a alegação de que Fábio Vaz de Lima, marido de Marina Silva, está envolvido com extração ilegal de madeira ou possui serrarias ilegais no Pará é falsa” e que “isso parece ser desinformação”.
O Comprova tentou contato com Roger, mas não houve resposta até a publicação deste texto.
Vale lembrar que as ferramentas de inteligência artificial podem cometer erros e as informações que fornecem devem sempre ser checadas em fontes confiáveis.
Fontes que consultamos: Reportagens e verificações sobre o assunto e o site JusBrasil.
Por que o Comprova investigou essa publicação
O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento.
Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema
As alegações contra o marido da ministra Marina Silva já foram desmentidas por diversas iniciativas de checagem.
O Comprova, em 2018, mostrou que é falso que ele tenha extraído madeira ilegalmente em 2003.
Notas da comunidade: A postagem no X não exibe notas da comunidade.
A checagem foi publicada em 04 de junho de 2025 pelo Comprova — coalizão formada por 42 veículos de comunicação que verifica conteúdos virais.
A investigação foi conduzida pelo Jornal do Commercio e Folha de S. Paulo, e o conteúdo também passou por verificação de AFP, Correio Braziliense e Estadão.