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SP decreta emergência para dengue; pico deve ser em abril

Uma em cada quatro pessoas que desenvolveu a forma grave da doença morreu. Houve avanço de 5% no número de casos no prazo de 24 horas

Por Estadão Conteúdo Publicado em 19/02/2025 às 21:43

Diante do avanço da dengue, o Estado de São Paulo decretou estado de emergência. A medida ocorre após São Paulo atingir 124.038 infecções - uma média de 270 casos por 100 mil habitantes. Há 82,9 mil casos em investigação.

Para ter ideia do avanço da doença, houve avanço de 5% no número de casos em 24 horas, apesar de o total ser menor que em 2024. Considerando a curva epidemiológica, a estimativa é de que o pico da doença seja em meados de abril. "Ano passado, o pico foi em maio", disse a diretora da Vigilância Sanitária do Estado, Tatiana Chaves. A região noroeste é a mais afetada, especialmente Araçatuba e São José do Rio Preto, onde a incidência ultrapassa 2 mil casos por 100 mil habitantes - mais de seis vezes o índice epidêmico (300 casos por 100 mil). Além dessas regiões, outras seis enfrentam epidemia: São João da Boa Vista, Araraquara, Ribeirão Preto, Marília, Presidente Prudente e Barretos.

O número de mortes confirmadas chega a 113, enquanto outras 233 estão em análise. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, uma em cada quatro pessoas que desenvolveu a forma grave da doença morreu.

O QUE MUDA COM O DECRETO?

O objetivo é acelerar a tomada de decisões relacionadas à doença, incluindo a contratação de profissionais, campanhas de conscientização, aquisição de insumos e ampliação da rede de atendimento. Nessas situações, medidas podem ser adotadas sem licitação.

De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Eleuses Paiva, foram repassados R$ 228 milhões aos municípios. Além disso, foram adquiridas 38 milhões de unidades de medicamentos e insumos. Também foram investidos R$ 3 milhões exclusivamente na compra de nebulizadores, que serão destinados às localidades com os cenários mais críticos. A expectativa é de ampliar em 20% o número de leitos hospitalares para a doença.

"Nós pretendemos atuar em três frentes principais: estrutura necessária, diagnóstico precoce e manejo clínico", afirmou Paiva. "Nós precisamos que os municípios se adiantem. Temos dialogado muito com eles sobre a importância da conscientização, especialmente em relação às medidas de prevenção." O secretário ressaltou ainda a necessidade de os municípios organizarem centrais de hidratação, consideradas grandes aliadas na redução dos casos graves.

Em relação à vacinação, a estratégia continua sendo a ampliação temporária, permitindo que municípios apliquem doses remanescentes. Além disso, Paiva lembrou que a vacina de dose única, desenvolvida pelo Instituto Butantan, foi submetida à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

NO PAÍS

Mesmo com a autorização do Ministério da Saúde para ampliar a faixa etária da vacinação contra a dengue, pelo menos 10 capitais e Brasília vão seguir com a imunização restrita a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

As prefeituras de Aracaju (SE); Belém (PA); Belo Horizonte (MG); Manaus (AM); Natal (RN); Porto Velho (RO); Recife (PE); São Paulo (SP); Salvador (BA); Vitória (ES) e o Distrito Federal afirmaram que não possuem doses de vacina prestes a vencer, requisito para a ampliação autorizada (Colaborou Gabriel Damasceno)

 

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