Mourão contesta medição do Inpe

Publicado em 14/09/2020 às 2:00
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O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que as queimadas que estão ocorrendo na Amazônia não são "padrão Califórnia", referindo-se aos incêndios que também têm ocorrido no Estado norte-americano. Em entrevista à rede CNN, Mourão comentou que a medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - que faz monitoramento dos focos de incêndios na região - acusa "focos de calor" nas imagens de satélite, "o que não significa incêndio". "Vários focos juntos é que vão constituir um incêndio, dependendo da área em que estiverem localizados", disse Mourão e continuou: "Qualquer área acima de 47 graus vira foco de calor; uma fogueira vira foco de calor, mas não é incêndio. Não estou desmistificando nada, mas temos de dar a devida proporção ao que está acontecendo na Amazônia."

Mourão disse ainda que com o trabalho que tem feito no Conselho da Amazônia, em integração com vários outros órgãos do governo, como Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, o objetivo do governo Jair Bolsonaro, ao fim do seu mandato, é reduzir as taxas de queimadas e desmatamento na Amazônia Legal a 10% dos níveis históricos. "Temos de realizar todas as operações necessárias, no sentido de que haja essa redução, lembrando que a repressão pura e simples não contribuirá sozinha para isso. Isso passa pela conscientização das pessoas e também pela regularização fundiária, que é fundamental para a gente combater as ilegalidades, além de desenvolver atividades econômicas na região."

Sobre cortes orçamentários no Ministério do Meio Ambiente, Hamilton Mourão disse "que não foi tão grande, perdeu alguma coisa". Lembrou, porém, que o trabalho de combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia não se resume somente à pasta do Meio Ambiente. "Por exemplo, a regularização fundiária está com o Ministério da Agricultura e a questão da proteção de terras indígenas está com a Funai; são vários organismos que também têm recursos e esse é o trabalho do Conselho da Amazônia, fazer com que os trabalhos tenham sinergia".

O vice-presidente da República também contestou o que chamou de pressão exclusivamente na parte brasileira da Amazônia. "Não existem queimadas na Bolívia ou no Peru?"

 

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