
Um dos maiores ícones mundiais da música, e maior símbolo do reggae, o jamaicano Robert Nesta Marley, ou simplesmente Bob Marley, também era apaixonado pelo futebol. O mais curioso é que Marley tinha Pelé como um de seus ídolos e o Santos Futebol Clube como o seu time brasileiro favorito. Além disso, o rei do reggae já bateu bola com Chico Buarque, Toquinho e Paulo Cézar Caju. Dia 6 de fevereiro é a data lembrada pelo seu aniversário: se estivesse vivo, ele completaria 73 anos.
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Nascido em Trenchtown, uma favela da Jamaica localizada nos subúrbios de Kingston e hoje um dos maiores guetos do mundo, Marley teve uma fase no qual passou a levar o futebol a sério. O exercício com a bola era praticado na periferia onde ele cresceu, até que a música passou a tomar conta de toda a sua dedicação, e posteriormente, consagração. O futebol, no entanto, não foi deixado de lado, e passou a ocupar um espaço de leveza em sua vida. Marley muitas vezes brincava com a bola para relaxar, antes de realizar os shows com os Wailers.
“Eu amo a música antes do futebol. Se eu amasse o futebol primeiro, talvez fosse perigoso. Jogar futebol e cantar junto pode não ser muito bom, porque o futebol às vezes é violento. Eu canto sobre paz e amor, e algo pode acontecer, sabe. Se alguém der um carrinho em mim, me daria sentimentos de guerra", foram as palavras de Marley durante uma entrevista na década de 1980, de acordo com uma publicação do Trivela.
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Bob Marley no Santos
Na ano de 1970, com os seus 28 anos, Bob Marley testemunhou o tri mundial do Brasil com a equipe de Pelé e companhia, o que o fez admirar ainda mais o futebol brasileiro. Bob Marley visitou Brasil algumas vezes e foi na visita de 1980 que ele foi presenteado com uma camisa do Alvinegro Praiano. E foi justamente ela que Marley vestiu em uma pelada no Rio de Janeiro. E ele fazia questão de dizer que a Jamaica só gostava do futebol por causa do Brasil e dos nomes de Rivelino, Jairzinho e Pelé. A camisa da Seleção Jamaicana até que é bem semelhante ao uniforme da Canarinho, predominantemente amarela com detalhes verdes.
Marley tinha o Boys’ Town, clube fundado pela comunidade cristã de Trenchtown como o seu time do coração. Outra paixão do cantor era o Celtic, clube de Glasgow, na Escócia. Principal motivo pela identificação: a vitória do clube escocês na Champions de 1967. Mas tais preferências não superavam o Santos.
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Sonho perpetuado
Bob Marley queria estender o seu sonho de tornar-se jogador profissional para crianças carentes, mas sua morte precoce impediu que ele realizasse o seu desejo. Na autobiografia de Paulo Cézar Caju, ex-jogador que estava no elenco do título de 1970, revelou que nos últimos dia de vida, Bob Marley comentou que gostaria de se dedicar à criação de uma escola de futebol em Kingston. No projeto, Pelé estava incluso.
“Futebol é uma arte completa em si. É todo um universo. Eu amo futebol porque é preciso ser um artista para praticá-lo. Quando nós jogamos futebol, também fazemos música. Eu preciso disso. Liberdade! Futebol é liberdade”, são as palavras do pai do reggae que tinha o futebol no cotidiano e que poderiam ser confundidas com a de um apaixonado torcedor nascido no território brasileiro. O músico teve um fim precoce (11 de maio de 1981), provocado por um câncer de pele. Mas os 36 anos vividos por Bob Marley foram suficientes para ele eternizar a sua história.
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