
A timidez de Magrão sempre deixou reticências em suas declarações sobre futuro, talento e o tamanho dele na história do Sport Club do Recife. Coisa do passado. O goleiro de 40 anos, a partir deste domingo (9) sabe muito bem o que quer de imediato e deixa no ar o que isso vai significar quando aposentar as luvas. Ele quer os dois títulos que faltam para completar uma dezena e, assim, tornar-se o jogador com mais taças na história leonina. Automaticamente seria bem difícil alguém questionar que com essa coleção ele não seria o maior de todos.
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Até o momento o maior papão de troféus da Ilha é o atacante Leonardo, falecido há pouco mais de um ano, com nove conquistas - sete estaduais e duas copas do Nordeste. Alessandro Beti Rosa - o Magrão da certidão de nascimento - tem, no mínimo, a atual temporada e a próxima, já que seu contrato com o clube termina em dezembro de 2018. A nova postura, segundo ele, é o que o motiva a manter a rotina de treino/concentra/viaja/joga, que para um goleiro é ainda mais puxada, já que em dia de reapresentação eles treinam como em qualquer outro.















"A gente tem que colocar metas e ir atrás desses objetivos. Uma das coisas que tenho colocado aqui no Sport são metas pessoais que dependem do futebol para alcançar. Uma das coisas pelas quais não parei são essas metas. Acredito que ainda devo fazer grandes coisas pelo Sport e atingir esses objetivos. É algo que você tem que colocar para ir atrás"
Na hora de responder se isso vai torná-lo o melhor da história, a saída é pela tangente. Depois de alguns segundos escolhendo as palavras vem um "não sei". Ele passa a bola para quem, no final das contas, é quem eleva o atleta a um pedestal ou o atira ao fogo: o torcedor. "O que sei é que com essa camisa tenho sido bastante fiel e comprometido com o clube e o torcedor, fazendo sempre o meu melhor. Se vou ser ou se sou um jogador da história isso é a torcida que vai falar".
Menos espinhoso do que jogar confete em si mesmo é falar do futuro. Ele tem uma perspectiva do que quer mas só vai concretizar quando ouvir o último apito. "Às vezes passa alguma coisa na cabeça mas vai depender muito da maneira como vou parar. Espero terminar jogando, fazendo uma grande campanha no Brasileiro (que é a última competição do ano que vem) e com grandes atuações". Detalhe: ele pode continuar no clube.
SEGREDO
A boa forma que o goleiro do Sport dá e vende numa idade em que muitos já curtem sombra e água fresca é fruto de muita disciplina física e força mental. Magrão nunca foi um atleta dado a extravagâncias e, por isso, se sente como qualquer atleta da sua posição de vinte e poucos anos. "Sempre me cuidei e a preparação mental é muito importante".