
Por Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor
A aproximação do Esporte Interativo com o Flamengo é o primeiro movimento para um grande passo que a emissora pretende dar muito em breve.
Apesar do furor que tomou conta das redes sociais com a notícia que o Flamengo decidirá a primeira edição da Taça Asa Branca contra o atual campeão do Nordeste, o Ceará, a decisão deve ser mantida pois faz parte dos planos do Esporte Interativo em investir na compra dos direitos do Campeonato Brasileiro, hoje com a Globo.
O Esporte Interativo também deve transmitir o jogo do Santa Cruz "coincidentemente" contra o mesmo Flamengo, na taça Chico Science.
Já, já, o canal faz um gesto de aproximação ao Corinthians, na intenção de fechar o cerco contra a Globo, pois a conta de uma cobertura esportiva sem os dois não fecha.
No início, a carta contendo os objetivos do Esporte Interativo no jogo de tabuleiros das transmissões esportivas orientava para conquistar os territórios nordestinos.
Objetivo conquistado.
Mas quem nunca, num reles joguinho de War, não testou ir além dos objetivos iniciais e movido por um rompante napoleônico partir para conquistar o mundo?
O Esporte Interativo pertence à poderosa rede norte-americana Turner, também dona dos canais CNN, Cartoon Network, TNT, TCM e Boomerang. A compra foi uma forma de a empresa ter braço no Brasil, contar com estúdios, técnicos e jornalistas, durante a Copa das Confederações e do Mundo, e também das Olimpíadas.
O primeiro indício de que o Esporte Interativo não estava mais para brincadeira foi a compra dos direitos da Champions League para as TVs fechadas. O alvo era a FOX, maior concorrente da Turner nos EUA, embora a ESPN tenha sofrido um forte efeito colateral.
Ou seja, é briga de cachorro grande.
É claro que a Turner monitora as reações adversas nas redes sociais. Mas não deve ir além disso, pois uma coisa que americano faz é cumprir as metas. E já estão para lá de acostumando com gente falando mal deles.
Também é um pouco de inocência nossa achar que se trata de algum menosprezo pelos nordestinos, assim como pensar que antes havia um respeito pelos nordestinos.
É negócio, business, grana, money. Dinheiro não tem região, muito menos pátria. A Turner se importa tanto com o Nordeste quanto com o Brasil ou a América do Sul inteira.
No espaçoso e luxuoso escritório da Turner, num um arranha-céu em Atlanta, pouco se sabe onde é o Brasil e se alguém falar em Flamengo é capaz de acharem que se trata daquela dança espanhola. Para eles, nós somos números, estatística, planilhas e cifras.
E só.
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