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Cronistas elegem o top 5 de Magrão

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 20/05/2014 às 9:33

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Defender pênalti é com ele mesmo. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Quatrocentos e noventa e nove é número elevado. Se contado em partidas de futebol é quase imensurável. O goleiro Magrão chega à quinta centena com a camisa do Sport nesta quarta-feira, contra o Cruzeiro e nesses quase dez anos foi desde sofrido confronto com o time do interior sob o sol das quatro da tarde no início da temporada com o gramado duro até a apoteótica decisão de um título nacional, com a torcida rugindo seu nome em uníssono. Nessa enxurrada de saídas de gols, pênaltis defendidos, decepções pelas falhas e taças levantadas, cinco jornalistas do Sistema Jornal do Commercio fizeram um exercício de retrospectiva para escolher aquelas que consideram as atuações supremas do camisa 1 da Ilha. Como jogo-bônus entra a escolha do próprio homenegeado, que, inclusive, ele é obrigado a repetir a cada entrevista: a estreia pela Copa Libertadores de 2009, contra o Colo Colo, em Santiago, Chile.

Seguem abaixo os eleitos e um pequeno comentário de seus eleitores:

JOGO 1

Náutico 2x0 Sport, Arena Pernambuco, 28/8/2013, Copa Sul-Americana.

Na primeira partida, na Ilha do Retiro, o Sport fez 2x0 com relativa facilidade ao ponto do então técnico do Náutico, Jorginho, rasgar o verbo contra seus jogadores no vestiário. Na partida de volta, na Arena Pernambuco, os timbus precisavam, no mínimo, devolver o placar, para levar a decisão para os pênaltis.

E assim se fez. Elicarlos fez o primeiro já nos acréscimos do primeiro tempo. O uruguaio Olivera marcou um golaço aos 17 do segundo. O Sport tentou reagir mas não conseguiu marcar ao menos um gol, que lhe daria a vaga para a competição continental. Veio o drama dos pênaltis. Mas não para quem tinha Magrão entre as três traves. O primeiro a bater foi justamente Olivera. Mandou no canto esquerdo.

Alessandro Berti Rosa, o nome que aparece na certidão de nascimento de Magrão, voou e defendeu. Felipe Azevedo pôs o Sport na frente. Tiago Real tentou colocar o Náutico no páreo. Jogou a bola no mesmo lugar que Olivera. Magrão meteu a mão na bola, que subiu e caiu às suas costas, no único espaço que havia entre seu corpo e a linha fatal. Grandes goleiros também têm sorte. A bola quicou e voltou para onde estava acostumada: suas mãos. Marcelo Cordeiro acertou o segundo dos rubro-negros.

Jonatas Belusso foi bater para os de vermelho e branco. Conseguiu. Acertou o canto oposto de Magrão. Mas Patric foi lá e fez Sport 3x1. O quarto timbu a bater era Rogério, arisco, que dera trabalho no tempo regulamentar. Rogério tentou o mesmo canto que Jonatas acertara. Magrão foi lá e mandou a bola para fora. Leões classificados.

"Apesar de Magrão ter feito jogos melhores do que este, fica marcado pelo fato de ter sido contra um rival e de ter sido decisivo nos pênaltis em atuação memorável."

Carlyle Paes Barreto, titular da coluna Planeta Bola, do Jornal do Commercio.

 

JOGO 2

Náutico 0x1 Sport, Arena Pernambuco, 23/4/2014, Campeonato Pernambucano.

Mais um jogo decisivo, desta vez pelo Campeonato Pernambucano. Para os leoninos valia o 40º título. Para os alvirrubros, o fim de um jejum que completaria uma década. No primeiro embate, na Ilha, deu Sport por 2x0. Mas o regulamento do Estadual previa que se o Náutico vencesse por qualquer placar, forcaria a decisão para as cobranças de pênalti. Sem outra alternativa a não ser atacar, o timbu foi para cima. Marcelinho apareceu sozinho frente a frente com Magrão e tentou encobri-lo. Mas o goleiro agigantou-se ainda mais para fazer a defesa. Jackson também tentou, mas a trave superior, uma daques três extensões dos goleiros que sustentam as redes, mandou a escanteio.

Veio o segundo tempo e o apetite dos timbus não mudou. Desta vez quem apareceu pela frente foi Zé Mário, este mesmo que a partir de agora não vai mais sofrer nas mãos de Magrão porque será seu companheiro de time. Quando não era, perdeu uma chance de brigar pelo título. Eles ficaram quase cara a cara. Zé tentou rasteiro, mas o tempo de reação do camisa 1 da Ilha foi mais rápido e seu pé direito afastou o perigo. O resto do serviço foi completado por Durval, ao cabecear uma falta cobrada por Aílton. Num intervalo de 15 dias, Magrão e o Sport conquistavam a segunda taça. A primeira fora a Copa do Nordeste.

"O Náutico precisava fazer 1x0 e foi para cima. Teve três grandes chances mas Magrão apareceu muito bem em chutes de Zé Mário e Marcelinho".

Maciel Júnior, comentarista das rádios Jornal e JC News.

 

JOGO 3

Palmeiras 1x1 Sport, Palestra Itália, 15/4/2009, Copa Libertadores.

Uma semana antes, o Palmeiras usou bem os contra-ataques e impôs a primeira e única derrota do Sport dentro de casa naquela Libertadores. O pior é que o jogo seguinte seria novamente contra os paulistas, já pelo returno da primeira fase. De camisa dourada, o Sport foi a campo disposto a segurar o ímpeto do rival, que só poderia respirar mais aliviado na competição se voltasse a vencer. E aos 13 minutos, um pênalti polêmico cometido por César deu a dianteira ao time da casa. Keirrison bateu no meio do gol e fez 1x0.

O Sport mudou de tática e passou a atacar mais. Até que foi recompensado no final do primeiro tempo. Paulo Baier bateu falta na área e a bola ficou pulando para lá e para cá, quase pedindo que alguém a chutasse. Wilson finalmente tomou essa decisão e mandou forte, por baixo do corpo de Marcos. Na comemoração, o atacante leonino cobriu a cabeça com a camisa. O árbitro uruguaio Roberto Silveira não gostou e o advertiu. Como havia levado amarelo, Wilson terminou de comemorar seu gol dentro do vestiário.

Na volta para o segundo tempo, era compreensível uma pressão palmeirense e o Sport fazendo das tripas coração. E o fez com a bela ajuda de Magrão, que defendeu falta, chute à queima roupa e até jogada em impedimento. O ponto conquistado foi fundamental para os rubro-negros avançarem à segunda fase.

"O Sport tinha perdido na Ilha e se perdesse de novo iria se complicar na Libertadores. O jogo foi complicado com o Sport com um a menos e Magrão foi decisivo, tanto que foi Capa do JC no dia seguinte."

Marcos Leandro, editor-assistente de Esportes do Jornal do Commercio.

 

JOGO 4

Sport 2x0 Corinthians, 11/6/2008, Ilha do Retiro, Copa do Brasil.

O Sport perdia por 3x0 o primeiro jogo, quando no finalzinho, Enílton diminuiu para 3x1. Numa entrevista, ainda no campo, o atacante Carlinhos Bala, garantia que aquele fora o gol do título, pois Deus o havia confidenciado. No tenso jogo da volta, na Ilha do Retiro, era preciso fazer 2x0 para deixar a taça no Recife. Aos 33 e 37 do primeiro tempo, Carlinhos Bala e Luciano Henrique fizeram o que era preciso.

Daí em diante era esperar o Corinthians e partir para o contra-ataque. Uma tática até certo ponto perigosa. Qualquer gol corintiano obrigaria os rubro-negros a fazer mais dois. Mas a defesa formada por Igor, César e Durval, protegida por Daniel Paulista, Éverton e Sandro Goiano era quase intransponível. Magrão se agitava, gritava, orientava, mas não precisava intervir do jeito que todo mundo estava acostumado a ver.

Mas uma hora seria preciso. E foi já no fim, quando qualquer possibilidade de reação não encontraria no dicionário qualquer sinônimo que não fosse desespero. Uma bola desviada de cabeça sobrou para o uruguaio Acosta, que brilhara no Náutico um ano antes. Magrão saiu deslizando pela grama e meteu o pé esquerdo na bola. No sequência do enganchado de quatro canelas longas, o uruguaio caiu e tentou com a mão esquerda. Alício Pena Júnior viu, marcou a infração e o jogo seguiu sem mais sustos até Durval levantar a taça.

"Magrão não foi muito exigido neste jogo, mas quando foi fez o seu papel. A defesa mais marcante foi a que saiu nos pés de Acosta para evitar o pior."

Thiago Wagner, Blog do Torcedor.

 

JOGO 5

São Paulo 1x0 Sport, 5/8/2012, Morumbi, Campeonato Brasileiro

Mais uma vez o Sport tentaria trazer algum ponto quando enfrentasse o São Paulo no Morumbi. E qualquer ponto seria precioso, já que o time, ainda comandado por Vágner Mancini, começava a derrapada que o levaria ao precipício do rebaixamento ao final da competição. Muito provavelmente se o goleiro naquele cinco de agosto não fosse Magrão, o Sport precisaria de um contêiner para trazer os gols que levaria dos tricolores, tamanhos foram superioridade e bombardeio.

Foram pelo menos seis defesas consagradoras. O baile do goleiro começou aos 12 minutos, ao defender um chute de William José em que não havia ninguém entre os dois a não ser a bola. Mais três minutos e o milagre foi em cima de Ademílson, nome que será repetido mais algumas vezes daqui por diante. O primeiro tempo terminou no zero. No segundo o Sport recuava à medida que o tempo passava até entrincheirar-se em seu campo e abrir mão de qualquer outra coisa que não fosse se defender. Também pudera, parecia que seu goleiro eram três ao invés de um.

Ademílson chegou a marcar aos 27, mas um impedimento inexistente foi marcado. Depois ele chegou na pequena área. Magrão abafou. Aos 35, Cícero entrou na área e Magrão fez novo milagre. Só que Ademílson estava esperando o rebote como não estavam os zagueiros rubro-negros. Empurrou para dentro para fazer 1x0. Até a reação do goleiro leonino mostra o quanto ele trabalhou. Irritado, berrou impropérios, deu chutão na bola, atitudes que não fazem parte de seu tradicional repertório.

"Foram tantas defesas difíceis que os jogadores do São Paulo estavam visivelmente irritados em ver o time bombardeando mas não conseguindo marcar. A reação de Magrão depois do gol mostra o quanto ele ficou frustrado por seu esforço não ter rendido um resultdo melhor".

Wladmir Paulino, Portal NE10/Blog do Torcedor.

 

O JOGO DE MAGRÃO

Colo Colo 1x2 Sport, 18/2/2009,  Estádio Monumental David Arellano, em Santiago, Chile, Copa Libertadores

Vinte e um anos depois, o Sport disputaria novamente uma Copa Libertadores. Para tanto confeccionou uma camisa dourada para simbolizar a conquista da Copa do Brasil, no ano anterior e que dera o direito de jogar a competição continental. Tudo começou às mil maravilhas. Com uma marcação fortíssima e bons contra-ataques, os pernambucanos abriram 2x0 ainda no primeiro tempo, gols de Ciro e Wilson.

Aos 25 do segundo, Lucas Barrios diminuiu. O gol foi a senha para uma avalanche chilena na área pernambucana. Mas a pontaria do time de branco estava descalibrada. Até então, Magrão apenas acompanhava os lances e repunha a bola em jogo batendo os tiros de meta. Eis que Carranza, cansado por não conseguir nada de perto arriscou de longe. A bola foi no ângulo esquerdo, aquele lugar em que os narradores mais antigos diziam ser a cama da coruja. A mão direita de Magrão apareceu e evitou que ave fosse despertada de seu sono.

Do mesmo jeito que o gol do Colo Colo desencadeou a pressão, essa defesa deu-lhe ponto final. Sua imagem mais marcante é a da câmera que estava atrás do gol chileno, na outra ponta do campo. Vê-se a bola tomando a direção das redes e, do nada, o braço do goleiro leonino aparecendo para desviar a bola. Pela primeira vez, um time brasileiro vencia os chilenos dentro de seu estádio.

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