Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Relembre alguns jogadores que sofreram com recorrentes contusões

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 29/03/2014 às 10:33

A nova contusão do meia do Santa Cruz, Natan, o coloca num seleto grupo de jogadores que surigram como fenômenos, provaram isso dentro de campo em momentos efêmeros, mas o próprio corpo, sua principal ferramente de trabalho, os traiu com frequência. Uma espécie de auto-sabotagem involuntária. Uma briga entre a vontade e o limite.

É aquele tipo de situação que joga muito jogador na vala comum dos preguiçosos, farristas, irresponsáveis e pouco cuidadosos com a carreira, quando a maioria tem diversas explicações para os problemas: pouca preparação na base, deficiência de alguma enzima e a crônica falta de tempo para uma preparação adequada no Brasil.

No futebol pernambucano, Natan é o exemplo mais recente, mas em outras épocas, outros jogadores já carregavam a sina e a língua ferina de torcedores que os materializavam em vidro ao invés de carne e osso.

Conheça-os ou relembre-os:

Chiquinho diz que seu corpo não foi preparado para o esforço Chiquinho diz que seu corpo não foi preparado para o esforço. Foto: divulgação

CHIQUINHO (Sport)

O hoje comentarista de futebol foi um caso raro numa época já de muito estudo e profissionalismo. Saiu direto dos campos de pelada de Rio Doce, em Olinda, para os profissionais do Sport aos 18 anos. Meia de grande mobilidade e habilidade, formou uma dupla inesquecível com Juninho Pernambucano no Estadual de 1994. Até o final da década, poucos problemas, como uma lesão quando foi convocado para a seleção brasileira em 1997 e terminou cortado. A partir de 2001 as contusões entraram em campo e o tornozelo não o deixava atuar como antigamente. Depois de muitas tentativas, decidiu encerrar a carreira em 2009. Três anos depois, atendeu ao convite do amigo Nereu Pinheiro para defender o Olinda, na segunda divisão de Pernambuco. Numa participação durante o programa Esporte10 o próprio jogador explicou seus altos baixos. "Eu não tive nenhuma preparação em divisões de base. Saí da pelada direto para o profissional, meu corpo não estava acostumado ao esforço", disse.

marcelo_passos Marcelo Passos teve muitas contusões quando defendeu o Sport. Foto: Divulgação

MARCELO PASSOS (Náutico e Sport)

O meia era um dos destaques no time do Santos vice-campeão brasileiro em 1995. Habilidoso e com um chute mortal de fora da área, inclusive cobrando faltas, nunca conseguiu se firmar por conta das sucessivas contusões. Já veterano veio para o Náutico e num Campeonato Pernambucano brilhante em 2001 ajudou o timbu a conquistar o título no ano de seu centenário. O bom futebol despertou a cobiça do Sport, que o levou para a Ilha depois do Estadual. Mas o prazo de validade estava encerrado e uma lesão atrás da outra fez com que o jogador admitisse publicamente que já pensava em encerrar a carreira aos 30 anos. Só o fez sete anos mais tarde, na Portuguesa Santista.

LÉO OLIVEIRA (Santa Cruz e Sport)

Apesar de não ser muito alto, o zagueiro paraibano tinha impulsão acima da média e uma pontaria para bater falta mais comum em meias do que em zagueiros. Foi assim que fez fama no Santa Cruz, um dos poucos a escapar ileso do ano de 2004. Uma ou outra dor na panturrilha já o incomodava, mas ainda menos do que os salários constantemente atrasados no clube. Foi por isso que aceitou o convite de Sport para tentar o aguardado título no ano de centenário vermelho e preto. Em pouco tempo, Leo correspondeu às expectativas com gols de cabeça dignos de camisa 9 e faltas cobradas como um camisa 10. A partir da metade da competição o corpo cobrou o esforço e o defensor chegou a se machucar dirigindo de João Pessoa (sua terra natal) para o Recife.

vagner1 Jadílson sofreu três rupturas de ligamento cruzado. Foto: divulgação

JADÍLSON (Sport)

Apesar de ter nascido no Recife, foi o Atlético Paranaense quem apostou no talento de Jadílson. O atacante mostrava qualidade para marcar gols na mesma proporção com que frequentava o departamento médico. Veio para o Sport na reta final da Série B de 2005 e ajudou o clube a não cair para a Série C numa memorável virada sobre o Bahia, na Ilha do Retiro. Entrou em 2006 como candidato a artilheiro mas no segundo jogo rompeu o ligamento do joelho direito. Recuperado, voltou na Série B e já na primeira partida, mais dois gols. Passaria por mais duas cirurgias de ligamento no ano anterior, enterrando de vez as chances de sair do patamar dos 'quase' para virar uma realidade. Este ano havia sido contratado pelo Crato, do Ceará.

ramirez-470_RL Em três anos de Pernambuco, Ramirez passou por três cirurgias de joelho. Foto: Rodrigo Lôbo/ Acervo JC Imagem

RAMIREZ (Náutico e Santa Cruz)

O volante chegou para o Náutico em 2011 e nesses três anos de futebol pernambucano sofreu uma ruptura de ligamento por ano. As duas primeiras aconteceram quando defendia o Náutico e no mesmo joelho direito. Após a segunda, o clube alvirrubro não teve mais interesse em ficar com o jogador, que encontrou um novo lar no Santa Cruz. No entanto, o fantasma dos ligamentos voltou a assombrar. Durante um jogo com o Brasiliense, pela Série C do ano passado, nova contusão, desta vez no joelho esquerdo, da qual encontra-se em recuperação. Apesar da recorrência, o problema não foi visto como alguma espécie de deficiência do jogador, mas como mera fatalidade.

Em 2010, Pato passou 152 dias no DM do Milan. Foto: CBF Em 2010, Pato passou 152 dias no DM do Milan. Foto: CBF

O RECORDISTA

Alexandre Pato nunca atuou em Pernambuco, mas entra na lista por ser o maior exemplo de como um talento pode ser engolido pelas limitações físicas. Aos 17 anos, o ainda imberbe atacante precisou de um par de jogos pelo Internacional para ser levado para a Itáli. O Milan seria a nova casa. Ungido como herdeiro da camisa 9 da seleção, que já não contava com os geniais Romário e Ronaldo. O clima estava todo pronto mas nunca se concretizou. Pato passou por um trabalho de reforço muscular impressionante na Itália mas o esforço para correr atrás de bola tinha um limite. O jogador se machucava. Pasava um, dois meses afastado. Voltava como se nunca estivesse parado, voando e marcando gols, mas dificilmente em dez partidas seguidas. Chegou ao ponto de passar 152 dias no departamento médico milanista no ano de 2010. O clube italiano chegou a dar como causa uma infecção na arcada dentária, condicionando a cura a uma extração de dente. O estafe do jogador - e ele próprio - foram contra. O fisiologista do São Paulo, Turíbio Leite Barros credita contusões à grande explosão do atacante.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias