Do Jornal do Commercio
Não é todo jogador de futebol que tem a coragem de admitir que a torcida atrapalha em algumas situações. Mas também não é preciso ser Ph.D. em psicologia para saber que o clima tenso instaurado na Ilha do Retiro - embora legítimo, pela campanha pífia dos rubro-negros nas últimas temporadas - teve contribuição negativa em partidas na Ilha do Retiro. Do alto de sua experiência, o goleiro Magrão entende que, nos piores momentos do Sport na Série B, jogar fora de casa foi um alento para alguns atletas, principalmente os que mais eram pressionados. O ídolo leonino joga por o alto a teoria de que a casa rubro-negra é sempre o melhor lugar para atuar, independentemente da situação. Magrão acha que o pior passou e que a Ilha tem tudo para voltar a fazer a diferença nos resultados dos rubro-negros.
A vitória sobre o Joinville, em Santa Catarina (3x2), não ilude o goleiro. "Não é porque vencemos que está tudo bem. Muito tem de se acertar ainda", comentou. Mas, com uma vitória - e toda concentração necessária para isso -, contra o América, no sábado, em Natal-RN, antevê o caldeirão quente como em épocas passadas. Com os torcedores jogando a favor. "Não são todos os jogadores que se sentem pressionados e funcionam assim. Temos talentos que, em um determinado momento, acharam mais confortável jogar fora de casa. E isso funcionou, pois vencemos duas vezes na competição longe da Ilha", revelou Magrão.
A realidade é que nos últimos quatro confrontos do Sport na Segundona, fora de casa, o time venceu dois. "E, por muito pouco, não conseguimos um resultado melhor contra o Figueirense. Começamos perdendo por 2x0, empatamos e levamos um gol no final", lembrou o volante Renan Teixeira. Ele entrou na partida contra o JEC - como é conhecido o clube catarinense - e fez o gol da vitória leonina.
Um dos mais experientes do elenco rubro-negro, Renan Teixeira também achava um entrave encarar a Ilha do Retiro com os jogadores sendo vaiados assim que erravam um lance. Fora de casa alguns atletas tinham mais tranquilidade. Assim, fluíram mais.
Contra o Bragantino, quando o Leão perdeu por 2x0, na Ilha, o volante achou que, com a torcida engajada, as coisas poderiam encerrar de maneira melhor. "Não é sempre que vamos inverter uma situação quando estivermos perdendo por um, dois a zero. E nem sempre vamos sair ganhando. Mas em vez de vaias, acho que, com a torcida apoiando, poderemos inverter resultados positivos. O nosso time está confiante - e isso não é acomodação. Nós temos qualidade e podemos dar alegrias na Série B", comentou.