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A fatal corrida clandestina

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 04/06/2013 às 9:13

 

Por Alexandre Arditi

Do Jornal do Commercio

A corrida em que morreu o piloto amador e empresário Fernando Antônio Lopes Leite Filho, de 32 anos, após um grave acidente, anteontem, em Carpina, a 42km do Recife, fazia parte de um circuito clandestino de provas de kart que acontecem mensalmente em ruas no interior do Estado. Os organizadores não eram licenciados pela Federação Pernambucana de Automobilismo (FPA) para promover eventos de velocidade e também não seguiam princípios básicos de segurança para competidores e espectadores, assim como as pistas não eram homologadas.


Na corrida de anteontem, em Carpina, torcedores e animais (cachorros e cabras) foram flagrados por cinegrafistas amadores, que registravam a prova, atravessando a pista de um lado para o outro, em meio aos karts, que passavam em alta velocidade. O público ficava às margens do circuito, correndo o risco de ser atingido pelos carrinhos. Já os pilotos que participavam da etapa não eram habilitados na Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) para conduzir karts profissionais, que podem chegar a 120km/h.


A Polícia Civil, que deu início às investigações ontem à tarde, identificou inicialmente três pessoas como os organizadores da corrida em Carpina: Edilson Pedro da Silva, Diego Mendonça e Adevangeno Bastos. Eles serão ouvidos até amanhã e devem ser indiciados por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar (artigo 121, inciso 3º, do Código Penal, que prevê reclusão de um a três anos).


"Pelos vídeos do acidente na internet, está claro que houve ao menos imprudência dos organizadores da corrida. Faltava segurança tanto para os pilotos quanto para os espectadores. Já há indícios de que a prova também não era regularizada pela Federação de Automobilismo do Estado. Isso tudo acarretará em punições aos organizadores", comentou o delegado responsável pelo caso, Hilton Pereira.


Edilson Pedro da Silva é dono de uma oficina mecânica na cidade e, segundo testemunhas, se apresentava nos municípios do interior como representante da Federação Pernambucana de Automobilismo para promover provas de kart na região - há menos de um mês, ele havia organizado uma etapa clandestina nas ruas de Timbaúba. Por telefone, o mecânico disse à reportagem do JC que não comentaria o acidente fatal do empresário porque não caberia a ele dizer "quem vive e quem morre" nas baterias e que "tudo não passou de uma tremenda fatalidade". A FPA divulgou nota em que desconhece Edilson e suas atividades no esporte a motor de Pernambuco.


Os outros dois organizadores da corrida de kart de anteontem - microempresários da cidade - teriam sido convidados por Edilson para cuidar da captação de patrocínios e da divulgação do evento. A Prefeitura de Carpina, por exemplo, destinou cerca de R$ 5 mil para ajudar na realização da prova e teve sua marca estampada em cartazes da etapa. O prefeito do município, Carlos Vicente, e o secretário de infraestrutura, Edilson da Ambulância, foram procurados pelo JC, mas não atenderam à reportagem.


"Fomos procurados pelo Edilson e decidimos ajudar porque achamos que seria um evento bem bacana para a nossa cidade. Ele nos disse que estava tudo regularizado", explicou Diego, de 21 anos.

* Vídeo enviado pelo internauta José Mailson


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