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A turbulenta saída de Ceça Vasconcelos do basquete do Náutico

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 08/05/2013 às 12:07

Ceça Vasconcelos vivia o dia a dia do Náutico des de 1972, quando integrou a equipe de basquete. Ao encerrar a carreira de atleta, passou a ser treinadora, em 1999.  A sua história no clube alvirrubro, aprendeu a amar, se encerrou no mês passado, quando foi demitida do Timbu. Segundo Ceça o motivo da demissão foi o fato de sua filha, Ingrid, ter sido anunciada como novo reforço do Sport, equipe campeã da Liga Nacional. Os dirigentes do Náutico negam o motivo, alegando que a saída da treinadora se deveu ao fato de ela não mais se enquadrar na filosofia de trabalho do clube.

Segundo Ceça, o mal-estar começou desde quando aceitou convite da Rede Globo para fazer comentários sobre a final da Liga Nacional, entre  Sport x Americana. Na véspera do jogo, Ceça apareceu numa matéria, produzida na quadra da Ilha do Retiro, com uma camisa preta. "As pessoas falaram que eu estava com a camisa do Sport. Não era verdade", conta Ceça, afirmando que o vice-presidente de esportes amadores, Pedro Montenegro, era um dos mais insatisfeitos.  "Nunca deixei de ser Náutico. Sou profissional e fui fazer um trabalho como comentarista".

Mesmo chateada, Ceça continuou trabalhando normalmente nos Aflitos.  Na equipe feminina estava Ingrid, sua filha, que havia voltado do interior de São Paulo, onde jogava pelo Osasco. "Ela treinava comigo para ficar em forma. Mas clube não a contratou", afirmou. Ingrid, então, demonstrou interesse em disputar a Liga Nacional e a grande oportunidade seria jogar pelo Sport.  O clube fez uma proposta e a atleta aceitou. "Ela deseja voltar a jogar pela seleção brasileira e seria importante jogar numa equipe que vai disputar competições nacionais", disse.

A treinadora conta que os dirigentes chegaram a fazer uma proposta para que Ingrid ficasse no Náutico, mas Ceça não achou justo sua filha receber um salário e as demais atletas, não.  No entanto, o clima para ela nos Aflitos começou a pesar. Segundo a treinadora, as conversas com o vice-presidente de amadorismo do clube, Pedro Montenegro, passaram a ser ríspidas. "Eu não poderia atrapalhar o futuro da minha filha. Ele alegou que eu não estava cumprindo as normas do clube. Perguntei quais seriam essas normas, mas ele não respondeu", disse Ceça, que chegou a gravar algumas dessas reuniões. "Ele é uma pessoa que não confio.  Uma hora, diz uma coisa. Depois, faz outra",  declarou.  Ceça foi demitida durante uma dessas reuniões, diante do diretor Luís Moraes, o Lula Pezão.

Além de treinar, Ingrid ajudava no trabalho de preparação física das jogadoras. Além disse, disputava a 5ª Copa da Liga do Nordeste, mas foi impedida de jogar a partida decisiva contra a AABB. "O time perdeu e não se classificou para a final", conta a treinadora.

Lula Pezão, que acompanhou todo o desgaste da relação entre a treinadora e o vice-presidente de esporte  amador do Náutico, Pedro Montenegro, declarou que Ceça não soube conduzir as conversas com a diretoria. "Acho que ela se precipitou.  Ceça poderia ter resolvido a situação com mais calma, mas não foi assim que ela se comportou", declarou. Lula também revelou que o que também pesou para a sua saída do Náutico foi o fato do técnico do Sport, Roberto Dornelas, ter colocado em seu perfil do Twitter, que havia sido procurado por Ingrid para jogar pelo clube rubro-negro.

O vice-presidente Pedro Montenegro demonstrou tranquilidade ao conversar com o Blog do Torcedor. "Não existe essa história de Ceça ser demitida porque sua filha ter ido jogar no Sport. Até porque ela não tinha vínculo com a gente. A verdade é que a treinadora estava acomodada, desestimulada. Para se ter uma ideia, ela não queria que a gente montasse Então, resolvemos dar uma oxigenada", afirmou o dirigente, que contratou as treinadoras Mônica dos Anjos (equipe adulta) e Tarsila Mendonça (escolinha e categoria de base). 

Montenegro confirmou que acumula a função de cuidar do basquete e do futsal, mas negou que estivesse prejudicando financeiramente o basquete e valorizando o futsal. "Ceça não estava dando atenção ao basquete como a gente queria. Esse é o motivo da sua demissão", afirmou o dirigente.

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