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Nossos hinos de Frevo e folia

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 09/02/2012 às 20:49

Por Alexandre César*

Correm nas veias de qualquer pernambucano o Frevo e o Futebol, e difícil dizer onde mais forte bate a paixão que “Entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé...”, como diria Luís Bandeira. 09 de fevereiro, Dia do Frevo, um “senhor” de 105 anos, sempre renovado a cada ano, pouco mais novo que o Futebol, que tem “apenas” 118. Mas a história dos dois em Pernambuco se complementa e se mistura de forma tal, que muitos dos nossos clubes se predizem com o ritmo mais frenético do Brasil.


A começar pelo mais velho, o Clube Náutico Capibaribe, ao meu ver, possui o Frevo, ou melhor, a música mais linda do mundo (que meu Serrano não ouça isso). Mas quem já escutou Come e Dorme, de Nelson Ferreira, pelas ruas do Recife, não aguenta a emoção e sai fazendo o passo, sejam alvirrubros, tricolores ou rubro-negros. De uma família que já está na quarta geração de carnavalescos, repito o que dizem maestros e músicos: “Não hà ¡ Frevo-de-Rua mais difícil de ser executado do que Come e Dorme”, e sua melodia é tão linda que emociona quando o povo canta a plenos pulmões: “N-A-U-T-I-C-O...”.


Seguindo a escadinha, sou daqueles que mantém a convicção que o hino do Sport Club do Recife não é a segunda escolha do clube, de autoria de Eunitônio Edir Pereira, Com o Sport Eternamente Estarei, mas sim, Casá, Casá, o velho Frevo-de-Rua, também de Nelson Ferreira. Casá, Casá parece um hino nacional, é retumbante, imponente, dá até um aperto no coração quando executado, principalmente nas arquibancadas da Ilha do Retiro.


Já o caçula Santa Cruz Futebol Clube até pouco tempo não tinha um Frevo-de-Rua, como seus irmãos mais velhos. Mas em seu aniversário de 95 anos, em 2007, ganhou o Furacão Tricolor, do maestro Forró, que, de forma efusiva, parece um trovão quando os foliões brandam o famoso "Tri, Tricolor, tri-tri-tri Tricolor...". Quando ainda atuava na imprensa esportiva, isso em 2007, maestro Spok me concedeu uma entrevista dizendo que faria um para o seu querido Tricolor, até hoje o cobro, mas ele nunca tem tempo. Seja como for, o Santa Cruz não fica atrás da beleza de hino, o Frevo-Canção, composto por Capiba: “Santa Cruz, Santa Cruz junta mais essa vitória, Santa Cruz, ao teu passado de glória, és o querido do povo, o terror do Nordeste...” essa última frase causa admiração de quem é do Arruda e medo nos adversários, tenho que admitir.

O tradicional América Futebol Clube também tem Frevo-Canção, de autoria que desconheço, diz assim: "Salve o América campeão do centenário. Salve o América tua glória é um rosário..."



Até no interior a fama do Frevo chegou, e quem diria, até o Salgueiro Atlético Clube esqueceu o Forró e adotou o ritmo da capital, de autoria de Zezito Doceiro: “É força, é garra, é magia. O sonho não acabou. Se tem bola na rede começa a folia. Na garganta o grito de gol...” ritmo esse que Náutico, Sport e Santa Cruz aprenderam a dançar em 2012.



Como não há clubes que adotaram o Frevo-de-Bloco como hino, farei uma pequena homenagem ao Bloco das Flores, primeiro bloco lírico de Pernambuco, até para não fazer uma desfeita com a data. De Jane Emirce de Melo, e Romero Amorim, Virgolino, o Cangaceiro das Flores: "Sonhou com um mundo de encanto e magia. Seus pincéis desenharam mil poemas nas telas. Floriu com sua arte a paisagem do s sonhos. Pintando com flores as figuras mais belas. Eternizou a família e a sua cidade. Deixando um legado de alegria e cores. Nossa homenagem e nossos louvores a Wellinton Virgolino, o Cangaceiro das Flores".



Aos meus avós Nair Moreira de Melo, que é tricolor, e Joaquim Vieira de Melo, que era rubro-negro e sargento da ilustríssima Banda da Polícia Militar de Pernambuco.

Alexandre César é jornalista

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