Do Jornal do Commercio
Não satisfeito em apenas ser o Paredão do Arruda, o goleiro Tiago Cardoso resolveu ir atrás de outro apelido. Pelas suas estatísticas, o arqueiro está sendo considerado, também, como o amuleto do elenco. Os números falam por si: nas 14 partidas completas que disputou pelo Pernambucano Coca-Cola, Cardoso conseguiu 13 vitórias e um empate, o que lhe deixa invicto e com um aproveitamento de 92,8%.
É por isso que ele é considerado peça fundamental na equipe que atuará na segunda partida da semifinal contra o Porto, sábado, em casa, que pode significar a passagem para a final do Estadual. No jogo de ida, o goleiro fez duas grandes defesas - uma em uma falta cobrada por Sandro Miguel e outra em chute do artilheiro da competição, Paulista - ajudando na manutenção da vitória por 2x1.
"Fico feliz por passar este momento. É muito gratificante para todos que se envolvem com o Santa Cruz estarem felizes com o que está acontecendo. Agora, temos um jogo muito difícil para tentar passar para a final", declarou Cardoso, que demonstrou timidez e humildade ao ser chamado de amuleto. "Sou mais um que está trabalhando e se esforçando desde o começo, se empenhando no trabalho. Goleiro geralmente é diferente. A regularidade é fruto de muito trabalho e bênção", acrescentou.
Como ontem foi o dia do goleiro, Tiago Cardoso foi perguntado na coletiva de imprensa quando decidiu começar na profissão. "Foi quando Deus a colocou no meu coração. Um dia desses estava na concentração com André Oliveira, lembrando. Veio a memória de como começou tudo e eu falei que foi dentro de casa, com caixas de fósforos, eu e meu tio, um de cada lado, chutando para o outro. Fui crescendo, fazendo bolinha de meia, jogando para cima e pegando com a mão", relembrou.
E as histórias não param por aí. "Certa vez (na infância), ganhei duas bolas, uma de salão e outra de campo. Na época, tirava o time e ia para o gol. Poderia muito bem ir para a linha, mas nunca quis. Foi sempre o gol e, graças a Deus, acabou dando certo."
Tiago Cardoso dos Santos, 26 anos, 1,89 m, 80kg, tem em seu currículo os títulos de Campeão Brasileiro da Série A (2001) e Paranaense (2005), pelo Atlético-PR, e um bicampeonato cearense (2007 e 2008) pelo Fortaleza. Dentro do futebol, ele destaca o goleiro Dida como ídolo. "Eu sempre o acompanhava, no Corinthians e no Milan. Era uma referência para mim pela tranquilidade e seriedade com que ele atuava. Depois dele não teve nenhum outro."
Para o jogo contra o Porto, o paredão lembra que a equipe não pode relaxar. "Temos de estar ligados os 90 minutos. Mesmo com essa vantagem, não podemos nos apegar a ela."
