Do Jornal do Commercio
A vergonhosa campanha da França na Copa do Mundo – eliminada ainda na 1ª fase, com apenas um ponto – virou caso de Estado no país. Hoje, o presidente francês Nicolas Sarkozy terá um encontro com o atacante Thierry Henry, a pedido do jogador, para tratar da crise na seleção. Ontem, Sarkozy teve uma “reunião de trabalho” com o primeiro-ministro, François Fillon, e com a ministra do Esporte, Roselyne Bachelot, na qual discutiu a polêmica participação dos Bleus no Mundial.
“Thierry Henry ligou para o presidente lá da África do Sul para dizer que gostaria de vê-lo quando retornasse ao país. O Governo quer se dar tempo para decidir o que fazer em relação à crise da seleção. Deseja que as decisões sejam tomadas tranquilamente”, afirmou o porta-voz do governo francês, Luc Chatel.
O presidente da Federação Francesa (FF), Jean-Pierre Escalettes, já afirmou que não pedirá demissão. “Tenho um sentimento de consternação, de vergonha. Mas também não tenho direito a abandonar o barco à deriva. Não se deve somar um drama a outro. Se tiver que sair, farei unicamente quando julgar necessário ou quando me pedirem”, disse.
Um dos principais representantes do levante da seleção francesa contra o técnico Raymond Domenech, o lateral-esquerdo Patrice Evra afirmou que vai esclarecer tudo o que se passou com a equipe na África do Sul em uma coletiva de imprensa quando chegar em seu país. O capitão do time não se conforma por ter sido barrado da partida contra a África do Sul, que levou os Bleus à eliminação da Copa.
“Queria ter falado na coletiva de segunda-feira, mas o técnico não me permitiu. Eu não ter jogado contra a África do Sul não teve uma boa razão. Isso dói, eu sofro e os franceses também. Eles precisam saber como chegamos a esse desastre porque a equipe pertence a eles. Peço perdão, isso deve ser tomado como um SOS. Vou detalhar tudo o que aconteceu numa coletiva”, disse.
A imprensa francesa também não aliviou. A eliminação da seleção foi chamado de “o maior fracasso da história da França”. Segundo o jornal L’Equipe a derrota para a África do Sul é “o fim do mundo” e o culpado é o técnico Raymond Domenech. O editorial da publicação também chama o papel da França de “fracasso monumental”.