Por Rafael Carvalheira
da editoria de Esportes do JC
Terça-feira, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Carlos Alberto Oliveira, chamou o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol (Conaf), Sérgio Corrêa, de “bandido”, como publicado na edição do dia seguinte do <CF96>JC</CF>. Ontem, em entrevista ao programa Super Manhã, da Rádio Jornal, Oliveira disse que está reunindo documentos que podem indicar o funcionamento de uma suposta “máfia do apito”.
A reportagem do JC teve acesso ao ofício (nº 0865/07) enviado por Carlos Alberto ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a quem trata por “você” e “amigo”. No documento, ele diz que há perseguição aos times e árbitros de Pernambuco. “O que vou levar ao STJD vai revelar um escândalo. Mas só mostro em juízo”, declarou.
Não satisfeito, mobilizou parte da bancada pernambucana na Câmara Federal a também pressionar Ricardo Teixeira. Dos 25 deputados federais eleitos pelo Estado, 16 assinaram um novo documento (ofício nº 074/2007) enviado à CBF, na própria terça-feira, em apoio às reclamações da entidade local (ver quadro abaixo).
Sérgio Corrêa já acionou Carlos Alberto Oliveira no STJD e também vai entrar com uma ação contra o dirigente na Justiça Criminal. “É uma palhaçada. Ele não me conhece e deve me respeitar. Se não o faz normalmente, vai ter de fazer na Justiça. Pode ficar esperneando na terra dele”, afirmou Corrêa.
Na carta enviada a Ricardo Teixeira, o presidente da FPF fala em prejuízo aos times locais em dez partidas da Série A do Brasileiro e em outras sete da Série B. “Tomaram 14 pontos de um (time), dez de outro e oito de outro”, relacionou.
O dirigente acredita, ainda, que árbitros que apitaram bem em vitórias de times pernambucanos foram “rebaixados” ou deixaram de ser relacionados para os sorteios.
Sérgio Corrêa faz parte do corpo da Comissão de Arbitragem desde o ano passado, mas assumiu a presidência apenas em agosto deste ano, quando o Brasileiro já havia passado da metade. Em muitos dos episódios citados por Carlos Alberto Oliveira como perseguição, o responsável pelo departamento era o ex-árbitro Édson Rezende.
O antigo presidente da Conaf pediu desligamento. Só então Corrêa subiu. “É pressão de final de campeonato. Por que não esbravejou após o árbitro dar pênalti para o Náutico contra o Corinthians, aos 45 do segundo tempo? Quanto a retaliações por conta das ações deste cidadão (Carlos Alberto), isso não existe. Os pernambucanos podem ficar tranqüilos”, finalizou Corrêa.