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Ciência: no Brasil, pesquisadoras criam pão usando farinha de barata

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Publicado em 02/10/2018 às 20:13
Foto: Divulgação/BBC Não é de hoje que a humanidade sofre com a crise de abastecimento de comida e, com o constante aumento da população mundial, a falta de alimentação tende a se agravar cada vez mais. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2050 a população terá aumentado em 32%, chegando a 9,7 bilhões de pessoas. Foi pensando nesse cenário que pesquisadoras da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), no Rio Grande do Sul, desenvolveram um pão elaborado com farinha de barata desidratada.

Por que a Barata?

De origem africana, as baratas cinéria são produzidas em cativeiro e próprias para consumo humano. Ao contrário da barata doméstica comum, elas são uma importante fonte de proteínas - têm cerca de 70% de proteínas, contra 50% da carne bovina. Para realizar a pesquisa, as engenheiras alimentares Andressa Jantzen da Silva Lucas e Lauren Menegon de Oliveira, responsáveis pelo desenvolvimento do produto, compraram as baratas desidratadas de um criador certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que fica em Betim (MG). As baratas cinéreas, de origem africana e produzidas em laboratório, são próprias para consumo humano â?? Foto: Divulgação/BBC Foto: Divulgação/BBC

Produção

Para a produção da farinha, as pesquisadoras colocaram as baratas em um moinho de bolas, um equipamento especializado para moer matérias sólidas, e depois peneiraram para ficar homogêneo. Então, as pesquisadoras adicionaram 90% de farinha de trigo comum e 10% de farinha de barata desidratada. De acordo com Andressa, o resultado foi surpreendente: "Com a adição de 10% da farinha de barata, o teor proteico do pão aumentou 133%", ressaltou. Só para ter uma ideia, uma fatia de 100 gramas do pão caseiro feito com farinha tradicional tem 9,7 gramas de proteínas, enquanto uma fatia de 100 gramas do pão de barata tem 22,6 gramas de proteína. Para fazer os pães, as pesquisadoras trituraram as baratas em um moinho de bolas â?? Foto: Divulgação/BBC Foto: Divulgação/BBC Andressa garante que o pão de barata não tem cheiro nem gosto alterados em comparação com o pão feito com farinha tradicional. "Fizemos análise sensorial, de textura, de odor, cor e sabor. Não houve alteração significativa. Talvez a pessoa que comer perceba um leve toque com gosto de oleaginosas, de amendoim", afirmou a engenheira.

Alimento do futuro

Se alimentar de insetos já é algo esperado para os próximos anos. Tanto que a Associação Brasileira de Criadores de Insetos (Asbraci) realizará em novembro o primeiro congresso sobre o tema, em Minas Gerais. Segundo a associação, o Brasil detém a maior biodiversidade de espécies do planeta. O clima tropical do país e a presença do sol o ano todo o torna um candidato perfeito para a criação e colheita de insetos, sendo uma alternativa sustentável e de baixo custo.

Além da barata, existem outros insetos que podem ser industrializados para consumo humano, como: grilo, vespa, formiga, borboletas, bicho da seda, gafanhoto, aranha e escorpião.

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