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‘Fator Lula’ ficou em segundo plano na filiação de Raquel Lyra ao PSD

Possível apoio do presidente da República na eleição de 2026 não foi pauta nos discursos do evento. Kassab chegou a lançar Raquel candidata em 2030.

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 11/03/2025 às 10:36
Raquel Lyra e Gilberto Kassab seguram ficha de filiação da governadora ao PSD - Jailton Júnior/JC Imagem

Desde que passou a ser especulado, o ingresso da governadora Raquel Lyra no PSD sempre esteve vinculado ao interesse dela em estreitar relações com o governo Lula, mas esse fator ficou em segundo plano no evento de filiação da gestora ao novo partido, ocorrido na última segunda-feira (11), no Recife.

Embora o PSD tenha, de fato, presença no governo Lula, onde mantém três ministérios, o nome do presidente quase não foi lembrado no auditório do Recife Expocenter. A dúvida que paira sobre a presença ou ausência dele no palanque de Raquel no ano que vem também não entrou na pauta dos discursos.

O presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, que já havia revelado à Rádio Jornal a possibilidade de o partido lançar um candidato próprio em 2026 — o governador Ratinho Júnior —, chegou a lançar a própria Raquel como possível nome na disputa pela presidência em 2030, caso seja reeleita  governadora no próximo ano.

Questionada sobre como ficaria a relação com o presidente agora que ingressou em um partido que integra o governo, Raquel se limitou a dizer que sempre teve proximidade com Lula.

Vale lembrar que um dos motivos que levaram a governadora a deixar o PSDB foi o posicionamento de oposição do partido tucano diante do petista. Na segunda-feira, porém, a justificativa principal foi de que ela buscava integrar um grupo mais robusto.

“É um trabalho para o fortalecimento da nossa construção política. O PSD é um partido que faz parte da composição do governo do presidente Lula e tenho contado sempre com a contribuição do governo federal. Sou grata por isso e vou continuar indo para Brasília”, disse Raquel em entrevista no final do evento.

Perguntada mais uma vez sobre como ficará o palanque do presidente em Pernambuco em 2026, ela novamente desconversou, mencionando somente a relação mantida por ora.

“A gente tem uma relação que já é muito próxima. Institucionalmente, o governo tem nos acolhido desde o primeiro mandato e tem dado demonstrações claras de que quer ajudar o nosso estado”, finalizou Raquel.

“Vamos discutir isso em 2026”

O ministro da Pesca e Aquicultura do governo Lula, André de Paula, que deixou a presidência estadual do PSD e ficou na vice-presidência do diretório, foi mais enfático sobre o assunto ao dizer que a discussão sobre a eleição de 2026 ficará para o ano que vem.

Ele também preferiu destacar somente a chegada da governadora ao partido, afirmando que alguém com a responsabilidade de Raquel “não pode estar conversando sobre eleição”, embora tenha reconhecido que esse ano é decisivo para o pleito do ano que vem.

“2026 é 2026. O que estamos garantindo hoje é mais energia e melhor governabilidade. Esse é um ano decisivo, que antecipa as eleições. Todo o esforço que Raquel e sua equipe fizeram vai resultar em entregas que vão se suceder”, disse o ministro aos jornalistas em entrevista coletiva.

André, que cumpre expediente na Esplanada dos Ministérios, deixou a presidência estadual do PSD sob a justificativa de que o diretório precisa de um líder mais presente em Pernambuco, mencionando que o grupo “precisa da energia de uma liderança como Raquel”.

Além de não falar sobre um virtual apoio de Lula à chapa no ano que vem, ele reforçou a fala de Kassab sobre uma candidatura própria do PSD em 2026, replicando a ideia de ter a governadora de Pernambuco na disputa presidencial em algum momento.

“Qual é o partido que não quer ter um candidato a presidente? Estamos falando de um partido que tem os melhores quadros da política brasileira, inclusive Raquel, que ao entrar no PSD passa a ser um quadro nacional para disputar a presidência. Se vai ser agora ou daqui a seis anos, a gente discute depois”, falou.

Discurso de André de Paula durante ato de filiação de Raquel Lyra ao PSD - Jailton Júnior/JC Imagem

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