Ministério da Defesa diz que denúncia da PGR 'é mais um passo para se buscar a responsabilização correta'
Ministro da Defesa se pronunciou após a PGR denunciar Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de estado; confira nota completa

O Ministério da Defesa emitiu uma nota, nesta quarta-feira (19), se manifestando sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de estado.
A avaliação do Ministério é de que a denúncia da PGR é 'importante para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas'.
"A avaliação do ministro José Mucio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um passo para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas", destaca o pronunciamento.
Aliados de Bolsonaro querem que Mucio testemunhe
Deputados bolsonaristas afirmaram, na terça-feira, após a denúncia da PGR, que querem que o ministro da Defesa testemunhe a favor de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não existe um crime sem o emprego das Forças Armadas, é só se atentar ao detalhe do José Mucio. Eu espero que a defesa do presidente Jair Messias Bolsonaro, meu irmão, chame o ministro da Defesa, José Mucio", afirmou o deputado Hélio Lopes (RJ), vice-líder do PL na Câmara.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no último dia 10, o ministro da Defesa afirmou que teve que recorrer a Bolsonaro para conseguir ser recebido pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Segundo Mucio, ele e o ex-presidente sempre tiveram uma "relação muito boa".
A denúncia da PGR
A PGR apontou que Bolsonaro cometeu cinco crimes, sendo eles: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça e deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa. Somadas, as penas dos crimes podem chegar a mais de 43 anos de prisão.
De acordo com a denúncia, Bolsonaro liderou uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares". Também foi apontado como comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que está em prisão preventiva.
"A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático", diz um trecho da denúncia.