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Ministério da Defesa diz que denúncia da PGR 'é mais um passo para se buscar a responsabilização correta'

Ministro da Defesa se pronunciou após a PGR denunciar Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de estado; confira nota completa

Por Letícia Mendes Publicado em 19/02/2025 às 10:51

O Ministério da Defesa emitiu uma nota, nesta quarta-feira (19), se manifestando sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de estado.

A avaliação do Ministério é de que a denúncia da PGR é 'importante para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas'.

"A avaliação do ministro José Mucio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um passo para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas", destaca o pronunciamento.

Aliados de Bolsonaro querem que Mucio testemunhe

Deputados bolsonaristas afirmaram, na terça-feira, após a denúncia da PGR, que querem que o ministro da Defesa testemunhe a favor de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Não existe um crime sem o emprego das Forças Armadas, é só se atentar ao detalhe do José Mucio. Eu espero que a defesa do presidente Jair Messias Bolsonaro, meu irmão, chame o ministro da Defesa, José Mucio", afirmou o deputado Hélio Lopes (RJ), vice-líder do PL na Câmara.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no último dia 10, o ministro da Defesa afirmou que teve que recorrer a Bolsonaro para conseguir ser recebido pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Segundo Mucio, ele e o ex-presidente sempre tiveram uma "relação muito boa".

A denúncia da PGR

A PGR apontou que Bolsonaro cometeu cinco crimes, sendo eles: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça e deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa. Somadas, as penas dos crimes podem chegar a mais de 43 anos de prisão.

De acordo com a denúncia, Bolsonaro liderou uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares". Também foi apontado como comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que está em prisão preventiva.

"A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático", diz um trecho da denúncia.

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