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Mário Frias, ex-secretário de Bolsonaro, critica Lei da Ficha Limpa e aliados buscam mudar regras para 2026

Deputado chama legislação de "imbecilidade da esquerda", enquanto parlamentares do PL tentam alterar normas para viabilizar candidatura de Bolsonaro

Por Estadão Conteúdo Publicado em 09/02/2025 às 16:11

O deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, criticou duramente a Lei da Ficha Limpa, classificando-a como uma "imbecilidade da esquerda".

A declaração ocorre em meio a movimentações de parlamentares do Partido Liberal (PL) para alterar a legislação, com o objetivo de abrir caminho para uma possível candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2026, como mostrou o Estadão.

Críticas à legislação

"A lei da ficha limpa é uma daquelas imbecilidades de esquerda que a sociedade compra sem sequer refletir. A turma que adora idolatrar a burocracia não eleita atribuiu a ela o poder de impedir eleição popular", afirmou Frias.

No entanto, a Lei da Ficha Limpa não foi criada por políticos de esquerda, mas sim por um grupo de juristas e enviada ao Congresso Nacional com 1,6 milhão de assinaturas de apoio popular.

Frias também argumentou que a lei permitiu a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, após a anulação das condenações do petista pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, mas poderia impedir Bolsonaro de concorrer em 2026.

"Essa conversa de que a Lei da Ficha Limpa é para impedir criminoso de se candidatar se esbarra na realidade de um ex-condenado como o Lula presidente e de um Bolsonaro podendo ficar inelegível, pela ridícula acusação de golpe de estado", afirmou.

Movimentações no Congresso

Aliados de Bolsonaro no PL estão trabalhando em duas frentes para alterar a Lei da Ficha Limpa.O deputado Bibo Nunes (PL-RS) propôs um projeto de lei complementar (PLC) que reduziria o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos.

Se aprovada, a mudança permitiria que Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030, dispute as eleições presidenciais de 2026.

Outra proposta, apresentada pelo deputado Hélio Lopes (PL-RJ), exige uma condenação na Justiça civil comum para que a inelegibilidade seja aplicada.

A medida também beneficiaria Bolsonaro, que foi condenado pelo TSE por abuso de poder político durante as eleições de 2022.

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