Em artigo, Bolsonaro celebra eleição de Trump e de prefeitos de direita no Brasil: 'Aceitem a democracia'
Artigo assinado por Jair Bolsonaro foi publicado na Folha de São Paulo nesta segunda-feira (11). No texto, ex-presidente também critica a esquerda.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um artigo na Folha de São Paulo nesta segunda-feira (11) afirmando que o Brasil, assim como a Argentina e os Estados Unidos, escolheu candidatos, partidos e programas de direita em suas últimas eleições, completando que "os ventos da democracia sopram com direção e sentido bem definidos".
Bolsonaro se referiu às vitórias de Donald Trump, Javier Milei e dos prefeitos eleitos nas municipais brasileiras, que conquistaram ampla maioria no pleito de outubro.
O líder da direita discordou das avaliações feitas por analistas políticos ao final da votação brasileira, de que o resultado seria uma guinada ao centro. Ele diz que essa foi uma vitória da direita — embora os partidos com maior aprovação na votação estejam distantes do que é defendido pela sua linha de gestão.
Bolsonaro continuou dizendo que "nada consegue conter a onda conservadora", nem censura, nem cancelamentos, nem boicote, perseguições ou prisões, classificadas por ele como "longas, arbitrárias e injustas".
Ele associa essa vitória da direita aos anseios da sociedade, citando como exemplo a ordem, o desenvolvimento, a liberdade econômica e de expressão, o respeito às famílias e à religião e o patriotismo. No texto, ele aponta que essas bandeiras são levantadas há anos pela direita, "mesmo sob ameaças autoritárias".
"A moda é nos acusar de inimigos da democracia. Mas quem mostra dificuldade de aceitar a democracia é a esquerda, quando a maioria do povo decide por caminhos diferentes do que ela gostaria. Basta olhar a reação da esquerda às suas derrotas", escreveu Jair.
Em outro trecho, Bolsonaro diz que Donald Trump teve um "vitorioso retorno" à Casa Branca, afirmando que os democratas vivem numa realidade paralela, em que, segundo ele, estariam afastados do povo e dos trabalhadores, sendo incapazes de compreender que não é possível impedir a manifestação da vontade popular. E os ataques à esquerda ganham força.
"Agora mesmo, nas nossas eleições para prefeitos e vereadores, os homens e as mulheres da direita invadiram democraticamente, pela força do voto, a arena política, num tsunami de afirmação poucas vezes visto. Nossos quadros, nos diversos partidos, surgem às dezenas, centenas. E onde estão os novos quadros da esquerda? Alguém sabe? Alguém viu? Não estão em lugar nenhum. O cenário da esquerda é de envelhecimento e desolação", provocou.
"Isso ocorre por uma razão muito simples: o jardim da política só floresce quando é irrigado pela vontade popular. Quando uma força política se desconecta do sentimento da maioria, é inevitável que definhe. Pode até resistir por um tempo à custa da repressão e do uso desavergonhado dos orçamentos públicos, mas seu destino está traçado. Está destinada à irrelevância, ou mesmo a desaparecer. Com quantas antigas potências do cenário político não vimos isso acontecer?", completou o ex-presidente da República.
Rechaçando a pecha de "extremista", Jair Bolsonaro finaliza o texto dizendo perseverar no caminho que sempre defendeu, que seria o da liberdade e o da democracia, conforme ele apontou.
"Continuaremos nos esforçando para ouvir o povo e estar conectados aos anseios mais profundos da sociedade, mesmo quando estes não encontram espaço nos mecanismos tradicionais de formação da opinião pública. E trabalharemos com a serenidade e a obstinação de quem se esforça todos os dias por um futuro melhor para as pessoas, para as famílias e para o nosso Brasil", completa o artigo.
Folha de São Paulo e Jair Bolsonaro
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