MEIO AMBIENTE | Notícia

Programa restaura mais de 200 hectares da Caatinga e Mata Atlântica em todo o país

Ação que diminui necessidade de irrigação e restaura a biodiversidade prevê recuperação de cerca de 500 hectares na Chapada do Araripe

Por Laís Nascimento Publicado em 11/02/2025 às 12:14

Mais de 200 hectares da Caatinga e da Mata Atlântica já foram restaurados em todo o país durante a temporada de chuvas deste ano. Em uma série de iniciativas ambientais para enfrentar as mudanças climáticas, o Programa de Restauração Florestal do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) está reflorestando áreas degradadas de proprietários rurais de forma gratuita.

A ação diminui a necessidade de irrigação, restaura a biodiversidade e os serviços ambientais perdidos, como a proteção do solo, o armazenamento de carbono e a criação de habitats de espécies nativas.

Na Chapada do Araripe, localizada nos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, o projeto prevê a recuperação de 500 hectares, com o apoio do Fundo Socioambiental da Caixa.

O programa atua, ainda, com a inclusão social e o desenvolvimento das comunidades locais. “Priorizamos o desenvolvimento da cadeia produtiva da restauração nos locais onde atuamos. Isso envolve mobilizar, treinar e remunerar pessoas em situação de vulnerabilidade, o que fortalece tanto o projeto quanto às comunidades”, explica Joaquim Freitas, Coordenador Geral do Cepan.

De acordo com ele, o bioma Caatiga é vulnerável quando se trata de questões climáticas porque, além de apresentar naturalmente uma concentração de estações chuvosas em um período curto, é um "sistema socioecológico, onde as populações apresentam uma intrínseca ligação com os ecossistemas para a manutenção de seus modos de vida".

"Ações que visam restauração ecológica associada à produção de alimentos ou produtos florestais têm um potencial de auxiliar na segurança alimentar das famílias e melhoria das condições de renda dos beneficiários", finaliza.

Altos índices de desmatamento

De acordo com o Relatório Anual de Desmatamento, produzido pelo MapBiomas Alerta, em 2023 mais de 200 mil hectares da Caatinga e mais de 12 mil hectares de Mata Atlântica foram desmatados.

Buscando minimizar os impactos do desmatamento, no último mês de novembro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) anunciaram o financiamento de R$ 8,8 milhões em projetos de restauração ecológica da Caatinga.

A ação integra a iniciativa Floresta Viva do BNDES, que tem como meta investir pelo menos R$ 500 milhões, ao longo de sete anos, em restauração ecológica de biomas brasileiros.

Segundo o estudo “Os bons frutos da recuperação de florestas: do investimento aos benefícios”, do Instituto Escolhas, o restauro de um milhão de hectares em áreas de preservação permanente e reserva legal na Caatinga resultaria em uma receita líquida de R$ 29,7 - dobro do montante a ser investido na missão. Os benefícios vão além.

O mesmo levantamento indica que a operação pode gerar mais de 465 mil empregos e remover 702 milhões de toneladas de carbono da atmosfera.

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