Um desabamento foi registrado no Conjunto Beira-Mar, localizado no Janga, em Paulista, na manhã desta quinta-feira (30). O incidente ocorreu no bloco D-10 do edifício Júlia.
Segundo a Defesa Civil, o prédio estava desocupado e não há feridos. Moradores locais relataram ouvir 'estalos' vindos da estrutura na madrugada desta quinta.
"Eu escutei um barulho que nem trovão, eu tava me acordando...disseram que foi o prédio que tinha caído então eu vim olhar" disse Severino Ramos, morador do conjunto.
A coordenadora da Defesa Civil de Paulista, Cintia Silva, disse que o órgão vai "priorizar a interdição dessa área que estão os escombros, para o pessoal não se aproximar" priorizando também "a conscientização e o cadastramento dessas famílias do entorno."
A TV Jornal recebeu um vídeo que mostra os destroços. Confira:
Os prédios do Conjunto Beira-Mar são do tipo caixão, considerados inseguros. Esse tipo de construção está proibido no Grande Recife desde 2005.
Na rede social X, a governadora Raquel Lyra disse que está acompanhando o caso junto às equipes da Defesa Civil e da Assistência Social.
Desabamento deixou mortos em 2023
Em 7 de janeiro de 2023, o desabamento parcial do bloco D7 do mesmo conjunto habitacional matou 14 pessoas e deixou 7 feridos. O caso tomou repercussão nacional e chamou atenção para a insegurança dos prédios-caixão.
Dezoito dos 37 prédios-caixão do Conjunto Beira-Mar têm a demolição autorizada. Um acordo firmado em junho de 2024 entre o governo federal e várias entidades, entre elas a Caixa Econômica, o governo do estado e o Poder Judiciário, previa demolir os prédios em situação de risco estrutural.
Prédios-caixão
Os prédios do tipo caixão usam alvenaria resistente para sustentar a estrutura, sem vigas ou pilares. O termo "caixão" refere-se ao formato de caixa desses edifícios, segundo o engenheiro Carlos Wellington Pires, gerente do Laboratório de Tecnologia Habitacional do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).
Sobre o caso, o governo do Estado ainda reforçou em nota que em relação aos estabelecimentos comerciais na área, estes foram construídos de forma irregular, sem autorização dos órgãos competentes.
"A regularização dessas estruturas deverá ser conduzida pela prefeitura municipal, conforme as normas urbanísticas e de segurança aplicáveis".