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Editorial JC: Pobres são primeiras vítimas da crise ambiental

Campanha da Fraternidade da CNBB deste ano aborda a questão ambiental como um questão humana e de fé para muito além das religiões.

Por JC Publicado em 06/03/2025 às 0:00 | Atualizado em 06/03/2025 às 7:33

O mundo vive hoje profundas mudanças na sua natureza e as conseqüências da crise ambiental podem ser vistas de canto a canto traduzidas, por exemplo, em enchentes fora de tempo, queimadas sem controle e aumento da temperatura do planeta.

É claro que, tal crise, gerada pelo próprio homem, tem nele o seu principal alvo de destruição. É sobre isso que propõe refletir a Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deste ano.

Com o tema "Fraternidade e Ecologia Integral" e o lema bíblico "Deus viu que tudo era muito bom" a campanha tem como objetivo promover, aproveitando espírito da Quaresma, um processo de conversão integral diante da urgente crise socioambiental, com atenção especial para o grito dos pobres da terra. Não deve haver dúvidas, portanto, para crentes ou não, que são de fato os pobres as primeiras vítimas dos desarranjos provocados pela crise ambiental.

São eles, os pobres, as primeiras vítimas, mas não só. O planeta de uma maneira geral vem padecendo e por isso a mensagem da CNBB ganha ainda mais relevância. Por aqui, vemos esses desajustes no meio ambiente atingindo  famílias pobres em deslizamentos e alagamentos, vítimas da ação da natureza, mas também da falta de gestão dos poderes públicos. O cuidado com a natureza, mas também com o homem como habitante de uma vida em sociedade. É sobre essa integração que precisamos refletir.

O texto base da campanha propõe portanto uma "conversão ecológica" chamando cristãos a se sentirem "parte do meio ambiente e a cuidar dele, como guardiões". Esse sentimento de pertencimento ao mundo, portanto corresponsável pelos seu destino, deve ser um sentimento de fé para muito além de qualquer religião. Esse é um chamamento que diz respeito a todos os habitantes do planeta, em cada canto do mundo, seja de qual religião for.

A ecologia integral proposta pelo tema da CNBB significa o despertar da consciência de que tudo está conectado: o ambiente, o social , o cultural e o econômico. Amadurecer essa questão temática é estar presente na agenda do mundo. Por isso, como tem sido todos os anos, o tema da Campanha da Fraternidade não é só um documento. É uma proposição para reflexão e mudança de comportamento que deve dizer respeito a todos os habitantes do Planeta Terra.

Charge do JC

Thiago Lucas
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