O papel da mídia na disseminação científica
A imprensa tradicional segue como o segundo maior meio de disseminação científica (TV e Jornais) na sociedade

Na mais recente edição de uma pesquisa sobre a percepção pública da ciência, recentemente divulgada pelo Centro de Gestão e Estudo Estratégico (CGEE) e disponível em (https://percepcao.cgee.org.br), foi constatado que 60% dos entrevistados têm interesse ou muito interesse em ciência. Os temas que mais despertaram interessem foram Medicina/ Saúde (77,9%), Meio Ambiente (76,2%) e Religião (70,5%). Ciência e tecnologia ficaram em 5º lugar (60,3%). A palavra ciência deriva do latim scientia, o significado é "conhecimento" ou "saber".
Esse conhecimento pode ser adquirido através do estudo, pesquisa ou da prática, baseado em fatos, evidências e princípios certos e reprodutíveis. A disseminação desse conhecimento na sociedade brasileira, que chamamos de disseminação científica na mídia, ocorre hoje principalmente pelas redes sociais, aplicativos de mensagens e plataformas digitais (39,8% dos entrevistados) seguidos pelos programas de televisão (22.7%) e matérias de jornais ou revistas (22,4%).
A Academia Pernambucana de Ciências (APC), através de uma importantíssima parceria com o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) , irá trazer para a seus leitores informações científicas através de textos neste jornal, além de outras ações que serão divulgadas posteriormente. Os principais temas atuais e quaisquer outros de interesse e impacto científico para a sociedade serão tratados por especialistas, em linguagem accessível e esclarecedora.
Desde os impactos ambientais oriundos das mudanças climáticas, inclusive nos 6 biomas brasileiros, incluindo a caatinga, que perpassa o estado de Pernambuco e cujas ações promoveram uma redução no desmatamento, conforme veiculado neste jornal no último dia 30 de maio. Mas iremos além, falando dos efeitos benéficos e potencialmente maléficos do uso das técnicas de inteligência artificial na educação, saúde, indústria, entre outros.
A pesquisa do CGEE, já indicada, revelou um cenário preocupante quanto à disseminação de desinformação: 5 a cada 10 brasileiros relataram se deparar frequentemente com notícias que parecem falsas (50,8%). É um dos papéis mais relevantes dos jornalistas científicos, atuarem para trazer informações verdadeiras e combater, inclusive corrigindo imediatamente, informações falsas. Nosso papel, enquanto acadêmicos da APC, professores e pesquisadores das universidades e institutos de pesquisa no estado é estar atento a essas notícias falsas e, através deste jornal, esclarecer a população.
Em um trabalho paralelo, o CGEE, juntamente com o Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, realizou um diagnóstico da produção discursiva sobre ciência em dois ambientes distintos: a imprensa tradicional e as mídias sociais.
A imprensa tradicional segue como o segundo maior meio de disseminação científica (TV e Jornais) na sociedade. Portanto, esta parceria APC/SJCC mais uma vez mostra-se acertada! Juntos, SJCC e nós, educadores acadêmicos da APC, traremos luz à disseminação científica em Pernambuco.
Anderson Gomes, presidente da Academia Pernambucana de Ciências e professor UFPE.
andersonslgomes@gmail.com