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ONU aponta Israel como responsável por ataque a prédio da organização em Gaza

Bombardeio atingiu edifícios da ONU em Deir el-Balah, deixando um funcionário morto e outros seis gravemente feridos em Gaza

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AFP

Publicado em 24/03/2025 às 16:49
Em 18 de março, Israel retomou as operações militares na Faixa de Gaza após um período de relativa calma desde que um cessar-fogo com o Hamas em 19 de janeiro interrompeu mais de 15 meses de guerra, citando impasse nas negociações indiretas sobre os próximos passos da trégua após seu primeiro estágio ter expirado no início de março. - Eyad BABA / AFP

Os ataques da semana passada contra prédios da ONU em Gaza, nos quais morreu um funcionário búlgaro, foram causados por "um tanque israelense", declarou o porta-voz do secretário-geral da organização nesta segunda-feira (24).

"Segundo a informação disponível atualmente, os ataques que afetaram um grupo de edifícios da ONU em Deir el-Balah, em 19 de março, foram causados por um tanque israelense", disse Stéphane Dujarric.

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Um funcionário búlgaro da ONU morreu nos ataques, nos quais, Israel negou qualquer responsabilidade. Outras seis pessoas - de França, Moldávia, Macedônia do Norte, Reino Unido, e um palestino - ficaram gravemente feridas.

"A localização deste complexo da ONU era bem conhecida pelas partes em conflito", insistiu Dujarric.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, "condena energicamente estes ataques e pede uma investigação completa, exaustiva e independente", repetiu.

Israel tinha informado na semana passada que estava investigando as circunstâncias da morte do funcionário búlgaro da ONU. O exército israelense, responsabilizado pelo Hamas, tinha negado envolvimento no bombardeio e um porta-voz militar assegurou que não houve "nenhuma atividade operacional" na região.

Após a retomada por parte de Israel dos ataques aéreos e operações terrestres na Faixa de Gaza, que romperam a trégua em vigor desde janeiro, a ONU decidiu "reduzir a presença" de seus funcionários no território palestino por "razões de segurança e operacionais", disse o porta-voz.

Isto significa reduzir temporariamente "em cerca de um terço esta semana e talvez um pouco mais" o número de funcionários internacionais da ONU na Faixa de Gaza, ou seja, cerca de 30 das 100 pessoas presentes, explicou.

Trata-se de pessoal do Unicef, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Programa Mundial de Alimentos e do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

"A ONU não vai sair de Gaza", insistiu. Só a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (Unrwa) tem cerca de 13.000 funcionários.

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