CRISTINA PIRES
Na sua passagem pela Terra, Jesus afirmou: “Não vim destruir a lei”. Kardec, tempos depois, revelou: “Não vim destruir o Cristianismo”. Reafirmando o compromisso com o Evangelho de Jesus e com a Doutrina dos Espíritos, a Federação Espírita Pernambucana (FEP) chega aos seus 120 anos de atividades. Uma jornada feita por muitos corações que se uniram pelo ideal de viver e divulgar o Evangelho à luz da Doutrina Espírita.
Nessa trajetória, porém, muitos são os desafios e de todas as ordens. Há as dificuldades materiais, que implicam na manutenção da Casa de Itagiba, como também é conhecida a nossa FEP. Recursos, para tanto, chegam como resultado da generosidade de trabalhadores voluntários e de frequentadores. Há, também, adversidades diárias que instigam a compreensão de nós mesmos e, consequentemente, do trabalho a ser realizado em nome da Doutrina Espírita. Para estas e todas as atribulações do caminho, se faz necessário, sempre, paciência, perseverança e muita humildade.
Uma das grandes lições do Evangelho, que dá o direcionamento que precisamos seguir, está no registro de Mateus, Capítulo 22:36 a 39.
“Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Essa é a Lei de Amor, chamada também de Regra Áurea da Humanidade, que tem sido ensinada em todos os tempos, a todos os povos. Entretanto, ao longo dos séculos, temos compreendido a Lei de Amor segundo as nossas possibilidades e conveniências.
Jesus, há mais de 2000 anos; a Doutrina Espírita, com Kardec, desde 1857; e a FEP, a partir da sua fundação, em 1904; vêm nos ajudar a entender que para aprendermos a Lei de Amor, as lições e os exercícios precisam ser diários. E mais: necessitamos de paciência, persistência e muita confiança em Deus.
Vêm nos mostrar, também, que o amor precisa ser compreendido, sentido e vivido. Afinal, não é possível aprender, principalmente de modo rápido, apenas pela razão, uma vez que precisamos, e muito, da emoção e do sentimento. A compreensão precisa, muitas vezes, da reconciliação consigo mesmo e com o próximo. A reforma íntima é necessária. É importante mudar, sempre que preciso. E a Federação Espírita Pernambucana, com seus estudos doutrinários – que abrangem da criança à pessoa idosa – e uma série de outras atividades, oferece os subsídios necessários para nossa transformação diária. Aos que desejam colocar em prática os ensinamentos que nos revelam a Doutrina Espírita, espaços de trabalho voluntário não faltam na Casa de Itagiba.
O amar ao próximo e a si mesmo; o fazer ao outro o que queremos que o outro nos faça; nos leva a refletir sobre as muitas formas de viver nos dias de hoje. A FEP, nos seus 120 anos de história, continua oferecendo a todos os que a procuram, a possibilidade de aprender a viver e conviver nos dias atuais, de forma integrada, com alegria, respeito, amor a si mesmo e ao próximo. O progresso da humanidade só se dará quando todos aprenderem a Lei de Amor, de justiça e de caridade. Compreender, praticar e divulgar essa lição têm sido o objetivo de todos aqueles que procuram a FEP.
Oferecer a todos a mensagem consoladora e orientadora do Evangelho de Jesus e da Doutrina Espírita, por meio do estudo, prática e difusão, promovendo a união solidária dos espíritas e a unificação do Movimento Espírita Pernambucano. Esta é a missão da Casa de Itagiba, desde 1904.
* Cristina Pires é vice-presidente da Federação Espírita Pernambucana (FEP)