Oração Solitária

Para Jesus a oração era descanso físico, mental e espiritual que o mantinha firme no seu propósito de cumprir a missão que lhe foi confiada pelo Pai

Cadastrado por

JC

Publicado em 30/06/2024 às 0:00
Reverendo Miguel Cox - DIVULGAÇÃO


REVERENDO MIGUEL COX

“E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho.
Em caindo a tarde, lá estava ele, só”. Mateus 14:23

Em meio às multidões, ele curava; mas, sozinho, orava. Este foi um dia atarefado para Jesus Cristo. Ele ficou profundamente triste com a notícia da morte de João Batista, seu precursor, que fora decapitado por ordem de Herodes Antipas. Desejava recolher-se, mas deparou-se com uma multidão carente de sua atenção. Resignado, atendeu a todos e os despediu. Depois dispensou os apóstolos, mandou-os para o outro lado do mar da Galileia, e subiu ao monte para, finalmente, ter o seu tão desejado momento de reclusão. Passou cerca de oito a nove horas orando. Por volta das três ou quatro horas da madrugada foi ter com os seus discípulos que ainda remavam o barco para a outra margem, sendo desfavorecidos pelo vento forte que soprava e pelas ondas bravias que açoitavam a embarcação.
Jesus chega até eles “andando por sobre as águas”! Eles ficaram impressionados, mas foram dominados pelo medo. Pedro, então, desafia Jesus a fazê-lo também andar por sobre as águas. Jesus o atende, mas enquanto andava olha ao seu redor e troca a fé pelo medo. Resultado, começa a afundar, mas Jesus o socorre e ambos entram no barco que logo alcança a praia desejada. Entretanto, vamos focar na oração solitária de Jesus, que é o nosso tema.
Jesus desejava ficar a sós, não queria a companhia de ninguém, pois almejava estar com quem mais o amava, o Pai. Ele não afastou a multidão e os seus discípulos por não amá-los, não, o motivo não foi esse. Ele queria estar com o Pai, renovar as suas energias, afinal ele havia abraçado a natureza humana na sua totalidade, não era um disfarce, era autêntico. Jesus nos inspira a fazer o mesmo sempre que necessário, pois as atividades cotidianas podem nos engolir pelo ativismo exagerado.
Jesus foi orar! Para ele a oração era o descanso físico, mental e espiritual que o mantinha firme no seu propósito de cumprir com a missão que lhe foi confiada pelo Pai. Ele deixa a multidão e os seus seguidores para não perder o foco e depois retornar a eles para dar-lhes o melhor de si. Em vez de ter sido uma atitude egoísta e de rejeição, foi à Fonte de Sua Renovação para, em seguida, renová-los também. E assim aconteceu, pois o reconheceram como O Filho de Deus, após ter ido até eles andando por sobre as águas, ter atendido a Pedro fazendo-o andar também e acalmar o vento e o mar revolto.
Como eram as suas orações particulares com o Pai? Na viração do dia, Deus ia ao encontro de Adão e Eva no Jardim do Éden. Não havia barreiras ou impedimentos, era comunhão plena. Com Jesus, porém, a intensidade era muito maior, porque, afinal, ele era Deus pleno, Deus de Deus. Embora houvesse assumido a forma humana e se esvaziado de prerrogativas divinas, ainda assim ele era “Verdadeiro Homem” e “Verdadeiro Deus”! O quê poderia ele dizer ao Pai que ele já não soubesse? E o quê ele poderia escutar do Pai como se uma nova informação lhe fosse acrescentada? Que sublime oração sem palavras daquele que é a Palavra, o Lógos, de Deus!
“Ele estava só”, isto é, longe da presença de pessoas, mas, Ele não estava só, pois estava na companhia do Pai. Nunca estaremos sós desde que estejamos na presença de Deus. A interação com Deus é a legítima companhia que nos envolve por inteiro. Esse compartilhar saudável, revigorante, de Deus Conosco pela imprescindível e eterna ação do Espírito Santo em nós, enche-nos de segurança e de vida abundante, inexistente em qualquer outro lugar. Louvado Seja O Senhor! Benditas são as horas de oração! Jesus conhecia muito bem este segredo e nos deu exemplo para imitá-lo!

Rev. Miguel Cox é mestre em teologia e pastor evangélico

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS