Princípios básicos do Espiritismo
JOSÉ EDSON F. MENDONÇA
Allan Kardec nos diz que o Espiritismo “é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica, com consequências morais. Como ciência prática consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas relações”. Aduz o Codificador do Espiritismo, que “a religião vivenciada pelo Espiritismo pode conciliar-se com todos os cultos e maneiras de adorar a Deus e constitui o laço que deve unir todos os homens, numa santa comunhão de pensamentos, sob a bandeira da fraternidade universal”.
Outrossim, o ilustre organizador resume os princípios básicos do Espiritismo em cinco pontos principais: 1) Existência de Deus, 2) Imortalidade da alma, 3) Comunicabilidade dos Espíritos (mediunidade), 4) Lei de Evolução (reencarnação), e 5) Pluralidade dos Mundos Habitados.
O Espiritismo, tem na existência de Deus, como Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, seu fundamento primordial. Comprova também, que não há morte: o decesso físico não determina o término da vida, pois, a mesma continua normalmente, em uma outra etapa, no mundo espiritual, pois, o espírito ao desencarnar, apenas se liberta da matéria. Por sua vez, a comunicabilidade dos espíritos conosco, se faz pela mediunidade - intercâmbio natural entre os dois mundos-, patenteando a nossa sobrevivência ao fenômeno da finitude. Por sua vez, a reencarnação, com a volta do espírito a um novo corpo físico, tantas vezes quantas forem necessárias ao burilamento moral do espírito, em direção à angelitude, assegura a pluralidade das existências, atestando a ação da misericórdia infinita do nosso Pai Criador, dando-nos sempre novas oportunidades de continuar a evolução, como determinismo divino; ademais, somente a reencarnação é capaz de explicar a justiça perfeita de Deus, tornando possível entender as desigualdades inerentes à jornada evolutiva de cada ser humano individualmente. Finalmente, pela pluralidade dos mundos habitados, ou seja, “Na Casa de Meu Pai há muitas moradas”, Kardec enfatiza que “Deus povoou os mundos de seres vivos (inteligentes), concorrendo todos ao objetivo final da Providência; acreditar que os seres vivos estão limitados ao único ponto que habitamos no Universo, seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que não fez nada inútil. Ele deve ter determinado para esses mundos um fim mais sério que o de recrear nossa visão. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que apenas ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos semelhantes”.
Portanto, a crença nesses princípios leva o homem a um estado de constante aperfeiçoamento, a expressar-se através de pensamentos, sentimentos e ações cada vez mais cristãos. A adoção desses fundamentos configura o objetivo primordial da Doutrina Espírita, que é a renovação moral da humanidade. Que tal, refletirmos sobre isso?
José Edson F. Mendonça presta colaboração ao movimento espírita, como palestrante, escritor e membro do Instituto Espírita Gabriel Delanne, rua São Caetano, 220, Campo Grande - Recife/PE