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As Mesas Girantes

Por JC Publicado em 28/01/2024 às 0:00


UBIRAJARA EMANUEL TAVARES DE MELO
ubirajara@advtm.com.br

Quem estuda a doutrina espírita sabe da importância das chamadas mesas girantes. Na publicação das obras da codificação, tais fatos são poucos mencionados e estudados. No entanto, recentemente foi publicada a fantástica obra sob o título “KARDEC – A BIOGRAFIA”, escrita por Marcel Souto Maior e publicada pela Record, que recebi como presente do meu neto João, na qual em suas 357 páginas estuda minunciosamente tais fatos em várias situações, vários participantes de vários países e repercussão que afinal, redundou nas obras básicas da doutrina espírita.

Desde maio de 1853 que Kardec tinha lido notícia nos jornais e ouvido os relatos das cenas que se repetiam em salões nobres de Paris, Londres, Nova York e São Perstburgo diante de personalidades quanto perplexas: mesas de todos os pesos e tamanhos se erguiam do chão e se moviam em todas as direções sem que ninguém as levantasse, muitas seguiam as ordens de comensais.

Kardec quando informando de tais fatos disse: “Só acreditarei se me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar e nervos para sentir”. No entanto, em 18 de maio de 1855, em Paris, à Rua Grange Bate Licre, nº 18, numa sessão na casa da senhora Plainemaison, Kardec estava como convidado para assistir pela primeira vez uma sessão das mesas girantes. Pela primeira vez ele assistiu as mesas responderem as perguntas com pancadas, uma pancada, letra A, duas, letra B e assim sucessivamente até se formarem as palavras, frases e textos inteiros.

Para ele, o assunto de espiritualidade não era estranho, uma vez que havia estudado profundamente os transes hipnóticos, os passes magnéticos e a influência das forças ocultas e concordava com as teses centrais pelo Barão Du Poteti, um dos maiores cientistas da época.

Posteriormente, foram apresentadas na mesma casa da Senhora Plainemaison, as jovens Caroline e Julie Baudin com 16 e 14 anos, filhas de Emile-Charles Baudin, as quais impressionavam os visitantes pela capacidade de pôr no papel e não em pedras de ardósia, mensagens atribuídas à inteligências estranhas, encaixando um lápis no fundo de uma cesta de vime com a ponta voltada para baixo e equilibravam este aparelho, a corbeille sobre páginas em branco. Para surpresa dos expectadores, o lápis parecia, então, ganhar vida própria, enquanto preenchia os maços de papel com textos de todos os tipos e estilos. Já em 1853, o escritor Victor Hugo assistira aos prodígios das mesas falantes em reuniões promovidas pela Sra. Girardim em Jersey, pequena ilha situada entre a Inglaterra e a França, nas quais visitantes célebres, já falecidos há muito, tais como: Dante, Molière, Rousseau, Sócrates, Ésquilo, Shakespeare e Maquiavel, Galileu Galilei e Joana D`Arc, enviavam mensagens.

Após dois anos de estudos e pesquisas e ter comprovado de maneira induvidosa a existência das comunicações dos espíritos, Kardec se dedicou a burilar os ditados do além para torna-los claro e atraentes. O formato que adotou, típico da filosofia clássica, foi o de listar perguntas e respostas numeradas na mesma página. Assim, em 18 de abril de 1857, foi lançada em Paris a primeira obra da codificação espírita sob o título “O Livro dos Espíritos”, contendo ao todo, 501 diálogos, cultos sobre os mais diversos temas subdivididos em 916 blocos e perguntas e respostas, no qual foram lançados “Os princípios da Doutrina Espírita”. Sobre a natureza dos espíritos, sua manifestações e relações com os homens; as leis morais, a vida presente, a vida futura e o destino da humanidade.

De uma só vez proclamava a nova doutrina, sacramentava a existência de espíritos e anunciava revelações sobre o futuro da humanidade, sem mencionar as vertiginosas e já um tanto entediantes mesas girantes.

Posteriormente, o codificador da doutrina espírita publicou as obras que completam a codificação do espiritismo, ou seja, em 1861 – O Livro dos Médiuns; em 1864 – O Evangelho Segundo o Espiritismo; em 1865 – O Céu e o Inferno; em 1868 – A Gênese. Após 21 anos da desencarnação de Kardec, foi publicado em 1890 o Livro Obras Póstumas.


Ubirajara Emanuel Tavares de Melo é advogado e membro do Neil – Núcleo Espírita Investigadores da Luz
ubirajara@advtm.com.br

 

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