Coronavírus x queda de cabelo

Publicado em 18/10/2020 às 2:00
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Se você já teve a covid-19 pode ter começado a notar um volume de queda de cabelo maior do que o normal, depois que se recuperou da doença. Além de alguns sintomas graves que o vírus causa, durante seu período de incubação, o processo pós-doença também traz algumas sequelas. E a queda de cabelo acentuada é uma delas.

Os fios começam a cair, geralmente, cerca de dois a três meses depois de o vírus ter ido embora. O processo de perda capilar pode durar até seis meses. Segundo a dermatologista Gleyce Fortaleza, as doenças febris agudas, assim também como a dengue e chicungunya, causam o que a ciência chama de eflúvio telógeno, uma condição de queda temporária. "Os cabelos têm as fases anágena, que corresponde a 90% do ciclo capilar com crescimento ativo do cabelo, e a telógena, fase de queda em que o cabelo se desprende do couro e é substituído por outro fio. Na doença, o volume de queda pode chegar a até 50%. A rigor, não há como impedir que isso aconteça, mas há tratamentos capazes de encurtar o período e o volume dessa queda."

Contudo, a ciência já foi capaz de criar tecnologias para amenizar o problema. A aplicação do laser, por exemplo, aumenta a vascularização no couro cabeludo, liberando fatores de crescimento. A Microinfusão de Medicamentos na Pele (MMP) é um método que insere medicamentos ativos diretamente no local onde está o problema. A técnica utiliza um aparelho com diversas microagulhas na ponta — mais finas do que um fio de cabelo — e o médico as mergulha nas substâncias para que elas sejam inseridas diretamente no couro cabeludo. O plasma rico em plaquetas (PRP) é uma técnica em que o sangue do paciente é colhido, centrifugado para haver a separação entre a parte vermelha e o plasma e, em seguida, injetado no couro cabeludo. "Todos esses tratamentos podem ser associados a medicamentos orais. Como, por exemplo, vitaminas e o minoxidil oral", explica Gleyce.

A cabeleireira Tatiana Brito, do salão Therapy and Beauty, também sentiu um aumento do número de clientes com queixas de queda capilar. Em seu espaço, ela propõe um tratamento com óleos essenciais e vegetais, além de eletroterapia e fototerapia. "Recebi, especialmente, muitas médicas que atuam na linha de frente da covid-19 com queda de cabelo após a doença. Tenho usado muito óleo de lavanda, que, além de tratar inflamações no couro cabeludo, alivia também os sintomas do estresse e da ansiedade", conta. Os óleos essenciais devem ser diluídos nos chamados óleos carreadores, que são vegetais, numa proporção de três gotas para 10 ml, respectivamente. Basta aplicar direto no coro cabeludo, assim como nos fios, e deixar agir por 20 minutos.

É importante, também, fazer uma boa anamnese do seu caso junto a um especialista. A terapeuta capilar Cecília Macedo, do DC Beauté (foto acima), conta que uma análise aprofundada da situação e dos hábitos da pessoa que sofre com a queda é fundamental para tratamento adequado, pois vários fatores podem estar associados e favorecendo a doença. A especialista vem participando de cursos sobre o assunto e se especializou em salvar os fios. "A gente monta protocolos individualizados, de acordo com a avaliação do couro cabeludo e análise de itens como hábitos alimentares e frequência de lavagem, para, então, indicar o tratamento", explica. Geralmente, a especialista começa tratando possíveis inflamações no couro com óleos essenciais, fazendo um detox com argila, que limpa o excesso de cosméticos acumulados, e depois parte para as eletroterapias, como, por exemplo, o laser.

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