HISTÓRIA

Vulcão é verdadeiro local da 'descoberta' do Brasil, segundo historiadores

Por séculos, é atribuído ao Monte Pascoal, na Bahia, o ponto de desembarque dos colonizadores, mas uma reinvindicação história desafia a narrativa tradicional do descobrimento

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Marcelo Aprígio

Publicado em 22/04/2024 às 11:16
Pico do Cabugi, o único vulcão inativo no Brasil que conserva sua forma original - REPRODUÇÃO/GOOGLE STREET VIEW

Considerada a data oficial do descobrimento do Brasil, 22 de abril guarda consigo fatos intrigantes, que têm levantado diversas teorias sobre a primeira vez que a terra em que vivemos recebeu a visita de estrangeiros.

Uma das mais curiosas hipóteses coloca em xeque o local onde os portugueses teriam colocado os pés no Brasil. 

Por séculos, é atribuído ao Monte Pascoal, na Bahia, o ponto de desembarque dos colonizadores, mas uma reinvindicação história desafia a narrativa tradicional do descobrimento.

Diversos historiadores e pesquisadores afirmam que o pico do Cabugi, o único vulcão inativo no Brasil que conserva sua forma original, foi o ponto que os primeiros portugueses que chegaram ao país avistaram em 1500.

O pesquisador responsável por levantar essa teoria é Lenine Barros Pinto, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, autor do livro "Reinvenção do Descobrimento", publicado em 2012.

Segundo Barros Pinto, o Cabugi seria o Monte Pascoal. Além disso, ele sugere que o município vizinho de Touros, com sua geografia e características, poderia corresponder à cidade de Porto Seguro, tradicionalmente associada ao local de desembarque de Pedro Álvares Cabral.

ANÁLISES

O pesquisador baseia sua teoria em análises geográficas, históricas e etimológicas, buscando encontrar correspondências entre as descrições de documentos da época e as características geográficas atuais da região.

Ele argumenta que o Cabugi se encaixa perfeitamente na descrição do Monte Pascoal, mencionado em relatos históricos.

Apesar de ser uma teoria controversa, a hipótese de Barros Pinto estimula debates e reflexões sobre os eventos que marcaram o início da história do Brasil.

A possibilidade de que o descobrimento tenha ocorrido em um local diferente do tradicionalmente aceito abre espaço para uma reavaliação crítica do que se sabe sobre esse momento crucial na história do país.

Essa afirmação também é dita pelo engenheiro civil e investigador Manuel Oliveira Cavalcanti, que publicou em março último o livro “1500: de Portugal ao saliente Potiguar”, obra que recolhe os estudos realizados pelo próprio autor em sua viagem ao país europeu para conhecer mais detalhes da “Carta ao Descobrimento”, documento oficial português sobre o Brasil.

GOVERNOS DO BRASIL E PORTUGAL REFIZERAM ROTA

Pinto, Cavalcanti e outros estudiosos também se embasaram em uma expedição conjunta realizada pelos governos do Brasil e de Portugal em comemoração aos 500 anos do descobrimento. .

Naquela expedição, os navegadores seguiram a rota, condições e equipamentos similares aos empregados por Pedro Álvares Cabral em 1500.

Para chegar à Bahia em 22 de abril de 2000, a expedição precisou de mais potência, visto que, nas mesmas condições de 1500, só conseguiriam alcançar o território brasileiro, naquela data, na cidade de Touros, no RN.

Com informações de O Povo.

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