Março é o mês da conscientização sobre a endometriose, uma doença que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil e no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Muitas mulheres ainda enfrentam anos de sofrimento antes de ter o diagnóstico. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) revelou que a doença atinge cerca de 6 a 8 milhões de mulheres.
A pesquisa ainda constatou que mais de 60% das entrevistadas desconhecem os sintomas do problema. Isso porque são levadas a acreditar que fortes cólicas, por exemplo, são normais no período menstrual.
Sintomas da endometriose
A endometriose ocorre quando um tecido semelhante ao endométrio (parte interna do útero) cresce fora do órgão. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 7 mil novos casos podem ser diagnosticados até 2025.
“Os sintomas da doença variam de mulher para mulher, mas no geral podem provocar fortes cólicas menstruais, dores durante as relações sexuais e, em muitos casos, a infertilidade”, explica o Dr. Frederico Correa, especialista em Reprodução Assistida e diretor médico da Huntington Brasília.
A dor é o principal dos sintomas, e especialistas da SBE alertam que a cólica não deve ser normalizada nem mesmo no período menstrual.
Tratamento
A endometriose não tem cura mas existem tratamentos para aliviar os sintomas e a gravidade da doença. As opções devem ser verificadas com o médico ginecologista, que vai avaliar o impacto na qualidade de vida da paciente:
- Uso de medicamentos: anti-inflamatórios e anticoncepcionais hormonais são frequentemente prescritos para reduzir os sintomas;
- Cirurgia: em casos mais graves, pode ser necessário realizar um procedimento cirúrgico para remover os focos da endometriose;
- Mudanças no estilo de vida: alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e práticas complementares, como acupuntura, podem ajudar no controle da dor.
Fertilidade
A endometriose pode afetar a fertilidade ao comprometer a função dos ovários, trompas de falópio e útero. Mas é importante destacar que não são todas as pessoas com endometriose que são inférteis.
Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), entre aquelas que apresentam infertilidade, até 50% têm o problema.
Tratamentos como a indução da ovulação e a fertilização in vitro podem ser alternativas viáveis para mulheres que desejam engravidar. O acompanhamento médico especializado é fundamental para avaliar cada caso individualmente e definir a melhor estratégia.
“A fertilização in vitro permite que a fecundação ocorra fora do corpo, contornando as obstruções nas tubas e proporcionando melhores chances de sucesso para as mulheres que convivem com a condição. No procedimento é feita a coleta dos óvulos e espermatozoides, que são fertilizados em laboratório antes de serem implantados no útero”, pontua Dr. Frederico.