Escoliose sob controle: veja como a fisioterapia atua no tratamento
Descubra como a fisioterapia pode prevenir e tratar a escoliose, aliviando dores e melhorando a qualidade de vida das pessoas afetadas pelo problema

A escoliose, uma condição caracterizada pela curvatura anormal da coluna vertebral, afeta pessoas de diferentes idades, sendo mais comum entre adolescentes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4% da população mundial apresenta escoliose. No Brasil, aproximadamente 6 milhões de pessoas convivem com essa condição, com uma prevalência maior entre adolescentes do sexo feminino.
A escoliose pode ter diversas causas e se manifestar de diferentes formas, o que torna a fisioterapia uma ferramenta crucial tanto na prevenção quanto no tratamento.
Tipos de escoliose e suas características
Existem quatro tipos principais de escoliose: idiopática, congênita, neuromuscular e degenerativa.
A escoliose idiopática, que é a mais comum entre adolescentes, e a congênita geralmente não apresentam dor nos estágios iniciais. No entanto, se não forem tratadas precocemente, essas condições podem evoluir para quadros mais graves, especialmente quando a curvatura supera os 50 graus.
Marcelo Biaggini, fisioterapeuta responsável pela unidade de Alphaville do Instituto RV, destaca que a progressão da escoliose pode causar desconforto significativo, o que reforça a importância do tratamento precoce.
Por outro lado, a escoliose neuromuscular e a degenerativa estão frequentemente associadas à dor.
"A escoliose neuromuscular pode causar dor devido ao impacto das costelas no ilíaco da pessoa afetada, enquanto a degenerativa está frequentemente associada a dor devido ao pinçamento de nervos e instabilidade vertebral", explica Biaggini.
Essas características tornam a intervenção fisioterapêutica essencial para a qualidade de vida dos pacientes.

A importância da fisioterapia na prevenção e tratamento da escoliose
A fisioterapia é uma aliada fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento da escoliose. Ela permite uma triagem precoce, orienta a prática de atividades físicas adequadas e trata as dores associadas à condição.
Marcelo Biaggini ressalta que "o cuidado atento durante a infância e adolescência pode fazer uma grande diferença no manejo da escoliose, aumentando as chances de sucesso no tratamento".
Intervenções precoces, como o uso de órteses 3D e exercícios fisioterapêuticos específicos, têm sua eficácia comprovada por estudos.
Embora a cirurgia seja necessária em casos avançados, apenas uma pequena porcentagem dos pacientes requer intervenção cirúrgica. A maioria responde bem ao tratamento conservador, que inclui a fisioterapia como pilar central.
Fisioterapia preventiva: identificando sinais precoces e prevenindo complicações
A fisioterapia preventiva desempenha um papel crucial na detecção e controle da escoliose em estágios iniciais. Profissionais qualificados realizam triagens que identificam sinais precoces, permitindo a implementação imediata de medidas preventivas.
Para jovens, são prescritos exercícios específicos que fortalecem os músculos do tronco, melhoram a postura e evitam o agravamento da curvatura.
Além disso, os fisioterapeutas orientam sobre atividades físicas adequadas, que promovem a saúde da coluna e previnem dores associadas à escoliose.
Tratamento das dores associadas à escoliose
Quando a escoliose já provoca dores, a fisioterapia é essencial para o alívio dos sintomas. Técnicas como terapia manual, exercícios terapêuticos e relaxamento muscular são utilizadas para reduzir a dor, melhorar a mobilidade e promover a funcionalidade do paciente.
Nos casos mais graves, a intervenção médica pode incluir o uso de órteses, medicamentos anti-inflamatórios ou, em situações extremas, cirurgia.
No entanto, a prevenção e o tratamento precoce são fundamentais para minimizar as complicações associadas à escoliose e garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes.