Três dias após determinação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na tentativa de combater a violência entre torcidas uniformizadas, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), o Santa Cruz e o Sport Club do Recife divulgaram nota cortando publicamente qualquer relação com as principais organizadas do clube. O comunicado foi publicado conjuntamente, no início da noite desta quinta-feira (6), pelas instituições envolvidas.
"Vimos a público formalizar que a FPF e os clubes citados, há muito tempo, de forma reiterada, se posicionam contra toda e qualquer forma de violência que atente contra a sociedade, seja ela resultado de ações individuais ou coletivas de criminosos travestidos de torcedores. Em especial, condenamos a atuação de facções denominadas "torcidas organizadas" que, apesar de decisão judicial transitada em julgado determinando a extinção delas, continuam em atividade. Nossos clubes não compactuam com tais práticas e reafirmam publicamente que não apoiam ações criminosas de quaisquer grupos ligados às torcidas extintas", dizia o comunicado.
A determinação do MPPE foi dada durante reunião com dirigentes dos clubes e representantes da Federação Pernambucana de Futebol, Secretaria de Defesa Social e polícias, após os atos de violência entre membros de organizadas antes do Clássico entre Santa Cruz e Sport, no sábado (1º).
Apesar de extintas, as três principais organizadas - Jovem do Leão (antiga Jovem do Sport), Explosão Coral (antiga Inferno Coral) e Fanáutico - seguem presentes nos estádios pernambucanos, agora com outros nomes fantasias em suas vestimentas.
Além de romper publicamente com as organizadas, a direção da FPF e dos três clubes da capital (Santa Cruz, Sport e Náutico) assumiram o compromisso de adotar algumas medidas junto aos respectivos conselhos deliberativos dos clubes.
- Proibir qualquer tipo de encontro ou reunião das extintas "torcidas organizadas" – e de quaisquer grupos que tentem burlar a extinção – dentro das sedes sociais dos clubes, bem como impedir a realização de eventos de qualquer natureza nesses espaços;
- Excluir do quadro associativo qualquer sócio que seja preso e/ou indiciado pelas autoridades policiais ou judiciais por envolvimento em crimes relacionados a eventos esportivos ou partidas entre nossas equipes;
- Estabelecer, de forma expressa, definitiva e inegociável, a proibição do fornecimento de apoio financeiro ou material de qualquer natureza, por parte de diretores ou membros dos clubes, a integrantes das torcidas extintas ou de sucessoras que tentam driblar a decisão judicial vigente.
"Estamos certos de que os clubes signatários, em conjunto com a FPF, estão agindo dentro dos limites da legalidade, legitimidade e competência que lhes cabem como entidades privadas. Reafirmamos, ainda, nossa confiança e apoio às ações do poder público, que tem a responsabilidade exclusiva de combater os criminosos que buscam prejudicar o futebol pernambucano", concluía a nota.
Cadastro de biometria facial
Uma outra medida que já começou a ser adotada pela diretoria do Sport foi o de iniciar o processo de cadastro da biometria facial de seus torcedores. Para isso, basta o torcedor rubro-negro acessar a página do clube na internet para preencher o cadastro e fazer toda a coleta para o reconhecimento facial, que será necessária para a entrada nos próximos jogos no estádio da Ilha do Retiro.