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Vírus

Novo coronavirus descoberto na China não tem potencial de pandemia, diz imunologista

Pesquisadores identificam vírus em morcegos, mas reforçam que não há casos em humanos nem risco imediato de transmissão

Cadastrado por

Giovanna Lopes

Publicado em 25/02/2025 às 14:15
O HKU5-CoV-2 é um vírus encontrado em morcegos - FREEPIK/BANCO DE IMAGENS

Cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, identificaram um novo coronavírus em morcegos, chamado HKU5-CoV-2. O microrganismo utiliza o mesmo mecanismo de entrada nas células humanas que o vírus causador da Covid-19, mas, segundo os pesquisadores, não apresenta potencial de causar uma nova pandemia.

Diferente do SARS-CoV-2, o novo coronavírus não foi detectado em humanos e sua capacidade de infectar células humanas se mostrou significativamente menor em testes laboratoriais. Mesmo estando mais adaptado a células humanas do que outros vírus similares, sua taxa de infecção foi considerada baixa.

Em entrevista à Rádio Jornal, a imunologista Letícia Sarturi, mestre em imunologia e doutora em biociências e fisiopatologia, reforçou que a descoberta não deve gerar alarde.

"A gente precisa ter calma primeiro, e isso é importante ser falado. Nesse caso, a diferença é que não tem nenhum humano infectado por esse novo coronavírus, que é o HKU5-CoV-2. Ele foi descoberto em morcegos por meio de uma pesquisa de laboratório. Sim, tem potencial de infectar humanos, mas ainda não há comprovação de doença provocada em pessoas. Portanto, não há risco de pandemia no momento."

Monitoramento contínuo e vigilância científica

A cientista também destacou que a descoberta do vírus na China não significa que ele esteja restrito ao país. No entanto, a localização dos pesquisadores e seu trabalho contínuo de vigilância tornam possível a detecção precoce de microrganismos com potencial de transmissão.

"Mesmo que tenha sido encontrado na China, isso não quer dizer que outros lugares não possam ter morcegos infectados por esse vírus. O fato de ter sido identificado lá se deve ao trabalho de vigilância contínua que os pesquisadores fazem para monitorar vírus com potencial pandêmico", explicou.

Diferente da Covid-19, que surpreendeu o mundo apesar dos alertas de cientistas sobre uma possível pandemia, o novo vírus já está sob estudo antes mesmo de apresentar qualquer ameaça concreta.

Ciência e vacinação: a importância da confiança no conhecimento

Letícia Sarturi também destacou a necessidade de reforçar a confiança da população na ciência e na vacinação, principalmente após o enfraquecimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Brasil.

"Nos últimos anos, vimos um ataque coordenado à ciência e às vacinas, o que gerou desconfiança na população. Hoje, esse pensamento antivacina cresce nas redes sociais e afeta a adesão às campanhas de imunização."

A especialista enfatizou que, caso surja uma nova pandemia, o Brasil contará com vacinas eficazes para proteger a população, mas é essencial recuperar a cultura da vacinação e o respeito à ciência.

"Precisamos reforçar que o PNI oferece vacinas e continuará oferecendo caso um novo surto surja. A confiança na ciência precisa ser restaurada para que possamos estar preparados para futuras ameaças", finalizou


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