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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
bebidas

Campanha alerta para os riscos do alcoolismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas

Médico hepatologista destaca impactos do álcool na saúde e orienta sobre consumo responsável, especialmente em épocas de festas como o Carnaval

Cadastrado por

Maria Clara Trajano

Publicado em 20/02/2025 às 9:35
Consumo de bebidas alcoólicas - FREEPIK

O mês de fevereiro traz duas datas importantes para conscientização sobre os riscos do álcool: o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo (18) e o Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo (20).

O tema ganha ainda mais relevância diante dos dados alarmantes divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): em 2019, o consumo de álcool foi responsável por 104,8 mil mortes no Brasil, uma média de 12 óbitos por hora.

Homens representaram 86% dessas mortes, muitas relacionadas a doenças cardiovasculares, acidentes e violência. Já entre as mulheres, que correspondem a 14% dos casos, mais de 60% das mortes foram causadas por doenças cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.

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Impactos do álcool na saúde

O hepatologista Rafael Ximenes, do Órion Complex, alerta sobre os diversos problemas causados pelo consumo excessivo de álcool. “Os riscos vão desde questões sociais, como conflitos familiares, problemas no trabalho e envolvimento em acidentes e situações de violência, até graves danos à saúde”, explica.

O especialista destaca que o álcool afeta todo o organismo, aumentando o risco de doenças como cirrose, pancreatite, demência, neuropatia periférica, insuficiência cardíaca, arritmias e diversos tipos de câncer.

Além disso, por ser altamente calórico, o álcool pode levar ao sobrepeso, obesidade e desnutrição, especialmente em pessoas que substituem refeições por bebidas alcoólicas.

Rafael Ximenes ressalta que, por ser uma “droga legalizada”, o álcool muitas vezes não é visto como um problema. “Ele é socialmente aceito, o que dificulta o reconhecimento dos malefícios. Ver pessoas próximas consumindo bebidas alcoólicas faz com que muitos normalizem o uso abusivo”, afirma.

O médico também alerta para os riscos do consumo precoce. “Quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior o risco de dependência e de problemas de saúde no futuro. A curto prazo, há maior probabilidade de envolvimento em acidentes, violência e comportamentos sexuais de risco”, explica.

Sinais de alerta

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que não há limites seguros para o consumo de álcool.

No entanto, o hepatologista sugere uma referência para consumo de baixo risco: até sete doses por semana, com no máximo quatro doses em uma única ocasião (sendo uma dose equivalente a uma lata de cerveja, uma taça de vinho de 125 mL ou 40 mL de destilados).

“Essa orientação não se aplica a pessoas que já têm doenças relacionadas ao álcool, como cirrose”, ressalta.

Ximenes também lista sinais de alerta para identificar o alcoolismo: “Beber diariamente ou quase diariamente, ter dificuldade para parar, deixar de cumprir obrigações por causa da bebida, sentir culpa após beber e receber recomendações de familiares ou profissionais de saúde para reduzir o consumo são indicativos de que algo está errado”.

Em épocas de festas, como o Carnaval, muitas pessoas exageram no consumo de álcool. O hepatologista orienta: “É possível aproveitar sem exageros. Beber devagar, limitar a quantidade, alimentar-se enquanto bebe e hidratar-se bem são medidas que ajudam a evitar problemas”.

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