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Saúde

Jejum intermitente causa diabetes? Veja o que diz estudo

Novos estudos mostram relação de jejum intermitente com risco de diabetes e Alzheimer

Cadastrado por

Luana Simões

Publicado em 30/01/2024 às 9:07 | Atualizado em 07/02/2024 às 8:44
Fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver diabetes tipo 2. Alguns deles podem ser reduzidos por hábitos alimentares saudáveis e atividade física - FREEPIK/BANCO DE IMAGENS

O jejum intermitente, uma prática que envolve a alternância entre períodos de jejum e momentos específicos para alimentação, tornou-se extremamente popular no Brasil.

No entanto, essa abordagem é uma das mais controversas, com opiniões divergentes sobre sua eficácia e segurança.

Enquanto alguns condenam o método drástico de passar horas sem comer, outros afirmam que é um dos regimes mais eficazes e saudáveis disponíveis.

Saiba mais a seguir e quais as vantagens e desvantagens desse modo de dieta.

JEJUM INTERMITENTE REDUZ DIABETES E ALZHEIMER?

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Adelaide e do Instituto de Pesquisa em Saúde e Medicina do Sul da Austrália revelou que o jejum intermitente pode ser mais benéfico na redução do risco de diabetes tipo 2 do que uma dieta comum de restrição de calorias.

Com 209 voluntários, o estudo indicou que aqueles que praticaram três dias de jejum não consecutivos, com uma janela de alimentação das 8h às 12h, apresentaram maior tolerância à glicose após seis meses do que aqueles com uma dieta diária de baixa caloria.

Outra pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego sugeriu que o jejum intermitente pode ajudar a retardar o aparecimento do Alzheimer.

O estudo, publicado na revista Cell Metabolism, mostrou melhorias na memória e redução no acúmulo de proteínas amiloides no cérebro de ratos com a implementação de uma alimentação com restrição de tempo.

CUIDADOS NO JEJUM INTERMITENTE

Apesar dessas descobertas promissoras, é crucial considerar as contraindicações e limitações do jejum intermitente. A prática pode não ser adequada para todos, especialmente gestantes, lactantes, crianças, adolescentes, idosos e pessoas imunocomprometidas.

Além disso, podem surgir efeitos colaterais, como dores de cabeça, tontura e dificuldade de concentração durante os períodos de restrição alimentar.

Recentemente, um estudo da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, questionou a eficácia do jejum intermitente para perda de peso, sugerindo que a mudança no tamanho e na frequência das refeições pode ter mais impacto na mudança de peso do que o intervalo entre elas.

A pesquisa publicada na revista científica Cell Metabolism mostrou que comer durante o dia (de manhã até o final da tarde) contribui para a perda de peso e melhora a sensibilidade à insulina. Iniciar uma janela alimentar à tarde e terminá-la à noite não traz esses benefícios.

A explicação tem a ver com o nosso ciclo circadiano — o relógio biológico que dita o ritmo de todo o corpo. A incidência dos raios solares faz nosso organismo entender que é dia, momento ideal de produzir hormônios que possam transformar os alimentos na energia necessária para o bom funcionamento do corpo.

A ausência de luz incentiva a produção de melatonina, hormônio que prepara o corpo para o repouso.

Em resumo, enquanto há evidências que indicam benefícios do jejum intermitente, é importante considerar as peculiaridades individuais e buscar orientação profissional para garantir que essa prática seja segura e adequada para a saúde geral de cada pessoa.

*Com informações do portal Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica.

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