Metro Quadrado

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Por Lucas Moraes
MERCADO IMOBILIÁRIO

Brasileiros batem recorde na compra de imóveis usados ao fim de 2024

Dentre as opções de investimento, o destaque é interesse em alugar o imóvel, que foi de 59% para 79% no horizonte anual – um patamar recorde da série

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Lucas Moraes

Publicado em 18/02/2025 às 14:21
A participação de investidores entre compradores apresentou queda, encerrando o último trimestre em 36% - GUGA MATOS/ACERVO JC IMAGEM

Dados da pesquisa Raio-X FipeZAP do último trimestre de 2024 revelam que o brasileiro manteve a preferência por imóveis usados, ao fim do ano passado, atingindo a maior participação na série histórica, iniciada em 2014, chegando a 83% dos respondentes. Segundo o levantamento, que ouviu 121,7 mil pessoas, a participação de compradores – grupo formado pelos respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses – registrou novo recuo, respondendo por 10% dos participantes da pesquisa do 4º trimestre de 2024.  Entre os que investiram, a preferência por alugar o imóvel recém adquirido para obtenção de renda se manteve majoritária (83%) frente à revenda (17%), enquanto o intenção de “morar com alguém” se destacou entre objetivos dos demais compradores no 4º trimestre de 2024 (71%).

A participação de investidores entre compradores apresentou queda, encerrando o último trimestre em 36%. No 4º trimestre de 2024, a proporção de compradores potenciais – isto é, de respondentes que declararam intenção de adquirir um imóvel nos próximos três meses – recuou para 39% da amostra, convergindo para patamar próximo ao média histórica da Pesquisa Raio-X FipeZAP (38%).

Em termos de preferência, os integrantes desse grupo se distribuíram aqueles com declarada preferência por usados (45%), os indiferentes entre imóveis novos ou usados (45%), além de uma minoria que
buscava exclusivamente imóveis novos (10%). Com respeito aos objetivos da compra pretendida, a intenção de destinar o imóvel em vista para moradia foi majoritária (89%).

 

Classificação das transações como investimento

Com base em dados informados a respeito do objetivo e data de transações efetivadas, a participação de transações classificadas como investimento nos últimos 12 meses sofreu expressiva queda em 2024, passando de uma média de 49%, ao final de janeiro, para 39%, ao final em dezembro.

Dentre as que foram catalogadas como investimento, o interesse em alugar o imóvel passou de 59% para 79% no horizonte anual – um patamar recorde da série histórica. Descontos nas transações: após atingir o patamar de 69% em junho/2024 percentual de transações com desconto oscilou negativamente ao longo do segundo semestre, encerrando dezembro/2024 em 67%.

Quanto ao desconto médio negociado entre compradores e vendedores, houve discreto recuo no ano: considerando todas as transações realizadas (com e sem desconto), o desconto médio no preço passou de 8%, em janeiro/2024, para 6%, em dezembro/2024. Alternativamente, selecionado exclusivamente as transações que apresentaram algum desconto no valor originalmente anunciado, o percentual de desconto variou de 12% para 10% no mesmo intervalo.

Percepção sobre os preços atuais

Com respeito à percepção dos respondentes em relação aos preços atuais, a parcela de respondentes que classificavam os valores dos imóveis como “altos ou muito altos” cresceu de 70% no 4º trimestre de 2023 para 78%, no mesmo período de 2024. Paralelamente, o percentual de respondentes que avaliavam os preços vigentes dos imóveis como “razoáveis” , por sua vez, oscilou de 17% para 15%, ao passo que a percepção de que os preços se encontravam em níveis “baixos ou muito baixos” recuou de 4% para 2%. Aqueles que não souberam opinar representaram 5% dos respondentes na amostra do último trimestre de 2024.

Em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última leitura da pesquisa revela que o percentual de respondentes que projetavam aumento nominal no valor dos imóveis passou de 37%, no 4º trimestre de 2023, para 50%, no 4º trimestre de 2024.

Comparativamente, a participação de respondentes que partilham de uma expectativa de manutenção dos preços atuais se manteve estável em 23% na mesma base comparativo, enquanto o grupo de participantes que apostavam na queda perdeu espaço na amostra da pesquisa, passando de 11% para 9% entre o último trimestre de 2023 e de 2024. Em termos de variação, a expectativa média dos respondentes da Pesquisa Raio-X do 4º trimestre de 2024 para os preços dos imóveis nos próximos 12 meses foi revisada para uma alta nominal de 3,4%.

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