No meio do combo de crise que o governo Lula vive desde o começo de 2025 com aumento de inflação, necessidade de ajustes na equipe e pressão de partidos aliados no Congresso um novo problema está chegando na mesa do presidente relacionado a um dos discursos mais charmosos do país que é a produção de energia limpa especialmente solar e eólica.
Devido a problemas mais urgentes no Palácio do Planalto, a briga de geradores dessas duas matrizes com o ONS, a Aneel e o próprio ministério das Minas e Energia ainda não chegou na mesa do presidente. Mas dificilmente essa questão não vai escalar.
Cortes na geração
É que ficou pronto um o balanço da consultoria especializada em ciência de dados e inteligência artificial no setor elétrico, Volt Robotics que afirma que ano passado a quantidade de cortes na geração das usinas solares e eólicas chegou a 400 mil horas equivalem em 12 meses a 50 anos em horas cortadas nos empreendimentos renováveis em operação no Brasil.
De acordo com o relatório, ao todo, foram 1.445 usinas solares e eólicas impedidas de gerar em determinadas horas dos dias em 2024. Com destaque para a região Nordeste que deixou de entregar 330 mil horas com repercussão no Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, nesta ordem.
Perda de receitas
O nome técnico desse corte nas renováveis imposto pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) é é curtailment ou constrained-off. Mas na boca do caixa dos projetos quer dizer deixar de faturar.
O número não existe isolado. Em 2023, a restrição na geração de energia renovável causou perdas estimadas em R$1,7 bilhão para o setor eólico e R$673,5 milhões para o setor solar, especialmente no Rio Grande do Norte, estado líder em geração eólica onde algumas usinas chegaram a operar com 60% de capacidade reduzida.
Novo regulamento
O problema está relacionado a um mudança de operação do ONS depois do susto do agosto de 2023 quando uma falha de procedimento de entrada de uma bloco de energia eólica derrubou o Sistema Interligado Nacional motivando uma avaliação dos protocolos e colocando mais níveis de exigência para a entrada desses novos atores no fornecimento de energia.
O relatório do Volt Robotics lista um outro problema. Afirma que 65% desse não fornecimento estão relacionados a problemas na rede elétrica, que incluem dificuldades na infraestrutura de transmissão, como subdimensionamento das linhas, atrasos em obras e paradas para manutenção. O que permite instabilidades que poderiam ser causadas pela geração e eventuais falhas nos equipamentos que o ONS quer evitar.
Projeto sem receita
Na conta da consultoria, os prejuízos financeiros no último ano ultrapassam a marca de R$1,6 bilhão aos geradores, com mais de 14,6 TWh médios cortados. Um terawatt-hora é uma unidade de energia que equivale a um trilhão de watts-hora.
A Aneel está ouvindo opiniões sobre o problema numa consulta pública onde se estuda um modelo para dividir os cortes entre todas as usinas renováveis, de modo que não haja um impacto muito significativo em alguns empreendimentos de forma localizada. Mas isso é falar de reparar perdas. Não de permitir mais entregas.
Risco de quebra
Naturalmente é ruim porque pode inviabilizar centenas de usinas e bilhões onde investimentos abrem uma crise de confiabilidade que pode significar contratar um problema mais sério para o futuro com a suspensão de projetos com as duas matrizes.
No setor elétrico o futuro quer dizer pelo menos 10 anos. E a crise de agora onde a questão da transmissão virou um problema para ser resolvido ontem tem a ver com o comportamento do governo que não avançou nos projetos e leilões para adequar as necessidades de transmissão quando o setor privado saiu espalhando usinas eólicas e solares em regiões como o Nordeste que não receberam investimentos de novas linhas.
Sujar o discurso
Era previsível, mas a possibilidade de gerar energia limpa era e ainda é charmosa demais para ser ignorada pelo setor privado. Hoje o Brasil tem capacidade instalada de solar e eólica, mas falta linha de transmissão e com a superoferta de energia o setor atual está sobrecarregado o que levou o ONS a se proteger.
Há uma enorme chance da crise escalar com judicialização e um debate contra o governo de não ter aberto licitações para novas linhas e críticas pelo fato de o Brasil que é diferenciado na geração de energia limpa não ter se preparado. Isso é péssimo para o discurso de pais da energia limpa que Lula e seus ministros propagam. Até porque os governadores do Nordeste já estão reclamando da perda de arrecadação, pois cada megawatt gerado e vendido quer dizer 20% de ICMS nas contas dos estados. E esse é um problema que em 2025 vai chegar na mesa do presidente.
Ceará como exemplo
Um levantamento do TCU junto às prefeituras do Ceará na plataforma Transferegov.br revelou que a aplicação dos recursos oriundos das chamadas “emendas Pix” estão a cada dia se tornando um problema para os municípios pela falta de informações dos recursos já recebidos que travam o recebimento das novas dotações.
No caso do Ceará as cidades de cidades de Baixio, Morada Nova, Araripe, Santa Quitéria, Milagres, Aracoiaba, Penaforte, Maracanaú e Palmácia apresentavam essa pendência e por não entregaram os planos de trabalho dentro do novo prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), essas cidades podem ficar sem receber parte desses recursos e até serem responsabilizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por omissão.
Somente as prefeituras cearenses já somam cerca de R$1,5 bilhão em recursos contidos nos relatórios setoriais de despesas e receitas do governo. A maior cota segue o padrão de ser destinada à saúde. No Nordeste, o Ceará fica em segundo lugar, com 225 emendas (individuais e de bancada) no total de R$3.737.074,40, atrás apenas da Bahia. No Brasil, figura em terceiro lugar no rol liderado por São Paulo e Bahia. Para 2025, o Congresso Nacional contará com R$24,7 bilhões em emendas individuais e R$14,3 bilhões para as de bancadas.
Ativos de Terceiros
O Conselho de Administração do Banco do Nordeste (BNB) elegeu, nesta quinta-feira, 27, um novo diretor para a área de Ativos de Terceiros. Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior assume a Diretoria no prazo de gestão 2023-2025, em substituição a Thiago Alves Nogueira.Antonio Jorge Pontes Guimarães é funcionário de carreira do Banco desde 2023 e possui as certificações Profissional Anbima – CGA, CFG e CPA 20.
Home equity XP
A XP está lançando uma linha de crédito com garantia de imóvel (home equity), ampliando seu ecossistema de soluções financeiras. A linha permite que os clientes utilizem seus imóveis como garantia para obter empréstimos com condições diferenciadas, prazos estendidos e taxas competitivas de até 20 anos, permitindo o alongamento das parcelas e melhores taxas.
O processo de contratação é 100% digital, podendo a assinatura ser feita em torno de 45 dias. O mercado de home equity no Brasil dobrou nos últimos três anos e hoje movimenta cerca de R$24 bilhões.
Concurseiros
Atenção concurseiros: O ano de 2025 traz grandes expectativas para quem sonha com a estabilidade e os benefícios do serviço público. Diversos concursos estão previstos e autorizados, entre eles os concursos para a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e diversos órgãos estaduais. E existe ainda a possibilidade de uma nova edição do Concurso Nacional Unificado, conhecido como "Enem dos Concursos", que em 2024 teve mais de dois milhões de inscritos.
Trocar e
Uma pesquisa feita pela consultoria de gestão de pessoas Aon revela que 68% dos profissionais no Brasil estão em processo de transição ou consideram trocar de emprego nos próximos 12 meses. O índice supera a média global de 60% e faz parte do Estudo de Sentimento do Empregado 2025.
O levantamento ouviu mais de nove mil pessoas em 23 países, incluindo delas 500 no Brasil. Segundo o estudo, 75% acreditam que seus empregadores deveriam apoiar o bem-estar dos colaboradores, 67% esperam auxílio financeiro para educação e 66% valorizam o apoio da empresa no cuidado com crianças.
A pesquisa também identificou outros benefícios como orientação financeira (60%) e suporte à saúde da mulher (58%) que estão presentes em apenas 50% das empresas .
Sem gente
No outro extremo a escassez de talentos, a dificuldade das empresas em encontrar profissionais com as competências necessárias, permanece alta no Brasil, estabilizando-se em torno de 80% (81% em 2025) e também acima da média mundial de 74%. Os dados do relatório do ManpowerGroup, líder global em soluções de força de trabalho, mostram que o Brasil ocupa a 7ª posição no ranking mundial dessa questão.
Entre os setores mais afetados por essa questão no Brasil estão Transporte, Logística & Automotivo (91%), Finanças & Imobiliário (86%), Energia & Serviços de Utilidade Pública (85%), Tecnologia da Informação (84%), Indústria & Materiais (80%), Bens de Consumo & Serviços (78%), Saúde & Ciências da Vida (77%) e Serviços de Comunicação (69%). A cidade de São Paulo apresenta o maior índice, com 88% dos empregadores relatando dificuldades em encontrar profissionais com as competências necessárias.
Escritura final
A governadora Raquel Lyra assinou, nesta quarta-feira (26), o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para iniciar a regularização fundiária na comunidade Nova Morada, no bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife. A medida faz parte do programa Morar Bem Pernambuco que atenderá mais de 500 famílias, numa demanda de mais de quatro décadas. A ação junta a Seduh a Perpart, a UFRPE (que cedeu o terreno ao Estado onde os imóveis da comunidade se encontram) e o TJPE.
Seguros
A demanda do mercado brasileiro de seguros de automóveis cresceu 10,8% em janeiro de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já na comparação com o mês anterior, dezembro de 2024, o aumento foi de 10,48%.
Os Dados são do Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS), que mede mensalmente o comportamento e o volume das consultas na plataforma da Neurotech, empresa pioneira em soluções de inteligência artificial aplicadas a seguros e crédito revelam uma alta de 10,48% na de seguros de automóveis em janeiro último quando segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a venda de automóveis e comerciais leves cresceu 5,15% em relação a janeiro de 2024.
Uma explicação possível foi a demanda por faixa etária dos segurados. Jovens com idades entre 18 e 25 anos, que historicamente apresentam a menor procura, que tiveram o melhor resultado do período nas contradições o que indicam um maior cuidado com o seu patrimônio.