Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
castilho@jc.com.br
Coluna JC Negócios

Sem infraestrutura e preço competitivo, sonho do Brasil com hidrogênio verde pode ficar pelo caminho

Governo precisa regulamentar fundos e um programa de construção de linhas de transmissão para levar a energia verde a locais de produção de H2V.

Cadastrado por

Fernando Castilho

Publicado em 28/01/2025 às 0:05
H2V precisa saber quanto os mercados vão pagar para que viabilize contratos de longos prazos - Divulgação

Uma entrevista à agência Reuters o CEO da Fortescue Energy, Mark Hutchinson falando na Reuters Global Markets Forum, um evento paralelo ao recém-encerrado Fórum Econômico Mundial teve nesta segunda-feira (27) repercussão junto do governo do Estado do Ceará que, no ano passado, em agosto (7) recebeu o mesmo Hutchinson, para celebrar o desenvolvimento da proposta Planta Fortescue de Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

Na oportunidade, o Governo Ceará divulgou a informação de que o projeto visa produzir hidrogênio verde e seus derivados no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, Ceará – Brasil. E que a Fortescue apresentou seu primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para licenciar seu projeto de hidrogênio verde no Estado do Ceará.

Falta a demanda

À Agência Reuters, Hutchinson afirmou que “A substituição de combustíveis fósseis por Hidrogênio Verde (H2V) depende da criação de demanda, tornando-o competitivo em termos de preço, já que os compradores não estão dispostos a pagar prêmios verdes”. E que “Se você está esperando alguém lhe pagar mais porque é verde, esqueça... no final das contas, a economia tem que funcionar".

O projeto da Fortescue Energy é certamente a maior aposta do Governo do Ceará no H2V. Mas como as demais empresas que estão nessa rota enfrentam ainda uma série de incertezas como analisa o consultor Luiz Piauhylino Filho para quem o Brasil possui grande potencial para produzir todos esses produtos, “principalmente diante do fim dos benefícios fiscais e incentivos do IRA (Inflation Reduction Act) dos Estados Unidos” que foram revogados parcialmente pelo Presidente Trump.

Incentivos fiscais

Ele lidera uma companhia que atua no setor com sede em Lisboa (em Portugal) e em Brasília, (no Brasil) e adverte que para que os projetos tenham andamento será necessário regulamentar os benefícios fiscais (R$ 13.80 bilhões) aprovados pela Lei nº 14.900, de 27 de setembro de 2024 e oferecer empréstimos para esses novos setores, utilizando parte dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal, que deverá arrecadar mais de 968 bilhões de Reais até 2032 que também esperam regulamentação.

Piauhylino Filho revela que ele e as consultorias internacionais que atuam nos grupos internacionais vêm trabalhando em uma rota de ao menos sete mercados diferentes que se desenvolvem em momentos distintos na rota do H2V.

Luiz Piauhylino Filho para quem o Brasil possui grande potencial para produzir todos esses produtos. - Coniben 2024

Foco na amônia

Esses projetos focam na produção de amônia como matéria-prima para fertilizantes, mas que precisam resolver o problema do transporte é altamente complexo e perigoso; de Gás de Síntese e no Biocarvão, a partir da Biomassa utilizado na indústria e na produção de SAF e metanol.

Existe a rota do Metanol Verde destinado ao uso como combustível marítimo (mas difícil de produzir devido à necessidade de CO? biogênico ou biocarvão); do Hidrogênio, disponível em estado gasoso ou liquefeito (com transporte complexo e oneroso) com CO? Biogênico aplicado na indústria e na produção de SAF e metanol

SAF para avião

E o SAF (Combustível Sustentável de Aviação) de produção desafiadora, porém de transporte é relativamente fácil e o único que hoje tem regulamentações europeias que fixaram das como 0,7% em 2030 até 28% em 2025, portanto daqui a apenas 25 anos.

O consultor pernambucano - que atua na Europa a partir de Lisboa - adverte que para o Brasil vai precisar formar de mão de obra qualificada; Incentivar os projetos de P&D para que o país também desenvolve novas tecnologias nestes novos setores econômicos; Incentivar as indústrias para que produzam esses equipamentos no Brasil e investir em infraestrutura de novas linhas de transmissão, subestações, gasodutos e terminais portuários para armazenar e exportar estes produtos.

“Não é uma coisa simples” diz Piauhylino Filho que vê com reservas a opção dos projetos de H2V pela rota da eletrólise que, segundo ele, infelizmente tem sido a escolha predominante entre os desenvolvedores de projetos quando se deveria optar pela rota da biomassa como alternativa para a produção de hidrogênio verde e seus derivados, como metanol e SAF.

Advertência

Para ele, a advertência de Mark Hutchinson, da Fortescue Energy faz sentido porque a questão do preço final a ser oferecido (mesmo com os desafios da produção no Brasil) é que vai definir quem está disposto a comprar.

Existem estimativas para esses sete mercados para os próximos, que apontam para 18 bilhões de euros para 2025; 207 bilhões de euros em 2030, e 1,60 trilhão de euros, em 2050. “O Brasil pode estar nesse novo mercado, mas vai precisar se preparar” , esclarece.

Novo mercado

Piauhylino Filho apresentou, em novembro, Conferência Ibero-Americana (Coniben), em Lisboa, uma métrica que expressa o custo por unidade de hidrogênio ao longo de toda a vida útil do projeto. Ajuda a comparar a viabilidade econômica de diferentes métodos de produção e a avaliar o custo-benefício.

A importância do modelo chamado de LCOH é que ele oferece uma visão clara para investidores e formuladores de políticas sobre onde focar investimentos para melhorar a competitividade do hidrogênio verde. A partir de uma pergunta básica? Quanto os mercados estão dispostos a pagar? Como atingir um preço alvo que viabilize contratos de longos prazos? Respostas que a maioria dos projetos, segundo Piauhylino Filho, ainda não tem.

Recife não está repintando as faixas azuis de onibus e de demais cores de sinalização. - Fernando Castilho

Cidade desbotada

A despeito de ter ao menos seis indústrias de tintas imobiliárias, o Recife está se tornando uma cidade desbotada. Ao menos em relação à sinalização horizontal. Desde que assumiu o prefeito João Campos, que a CTTU não repintou as faixas azuis e também não as ampliou mesmo sendo provado que os ônibus na faixa azul rodam três vezes mais rápido que quando elas não existem.

Mas a falta de cor está também nas áreas verdade quando a prefeitura disciplina a redução de velocidade e na repintura das ciclofaixas cuja cor é vermelha. Finalmente as corem em branco das faixas de pedestre para travessia de ruas e, especialmente, às amarela nas faixas proibidas estacionar. Ou seja: a cidade está ficando sem cor.

O caso da falta de fiscalização das áreas com meio fio amarelo é uma coisa absurda, pois acaba fazendo com que os motoristas simplesmente ignorem a proibição de estacionar. Aliás, o Recife se tornou uma capital onde os carros podem literalmente estacionar em todo lugar sem que a fiscalização exerça maior controle. Especialmente ao redor de prédios públicos. O que inviabiliza o setor de estacionamento privado e até a Zona Azul, que acaba controlada por flanelinha.

Faixa Azul Onibus. Recife - JC IMagem

 

JCPM e Delfin

Na conversa que teve com jornalistas no programa Passando a Limpo, como Igor Maciel, o empresário João Carlos Paes Mendonça revelou que, em algumas situações, precisou virar um articulador do governo com os consumidores. Aconteceu quando o ministro Delfim Netto o encarregou de fazer uma ponte entre o produtor e os consumidores, o que aconteceu de uma forma civilizada ou como disse "sem pajelança" e de forma bastante civilizada o que acabou ajudando a amenizar a crise instalada.

Libera a cerveja

Mas nem sempre deu certo. No caso do Plano Cruzado, disse João Carlos Paes Mendonça, deu errado porque o ministro Dilson Funaro acertou o congelamento de preços de alguns itens, o que o setor empresarial acertou que não subiriam durante 30 dias.

O problema é que no dia do lançamento do plano o ministro Dilson Funaro aumentou os preços controlados pelo governo e não liberou que os preços fossem ajustados e que isso fez com que o governo pagasse um preço muito alto. "E eu disse: Dilson: você vai pagar por não liberar esses preços que acertamos e lembrei que tinha cerveja. E eu tive que pedir para ele liberar cerveja porque era problema psico-social e no Brasil o consumo de cerveja é muito sério. Mas depois veio o plano sério [Plano Real} que colocou as coisas no lugar e derrotamos a inflação.

Energia de água

O novo boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) do ONS estima para a última semana operativa do mês (25 a 31) projeções favoráveis para os níveis de Energia Armazenada (EAR), com indicação de que todos os subsistemas encerram o mês acima de 60%. A região Norte com 75,2% lidera. O Nordeste, com 70,4%. Já o Sudeste/Centro-Oeste e o Sul, devem terminar o mês com 62,2% e 61,5%, respectivamente.

Eficiência demais

O trecho entre o acesso à cidade de Igarassu e o acesso à PE 15 virou um case de como se deve travar o trânsito na rodovia federal. Ele tem quatro lombadas eletrônicas e cinco reduções de velocidade de 50 para 40 quilômetros e seis sinal de pedestres. E duas passarelas que ninguém mudanças. No trecho a redução de velocidade se soma a nova redução das lombadas eletrônicas. Nos últimos meses a média do engarrafamento chegou a uma hora com a sucessão de trânsito lento. Inclusive aos domingos.

Endividadas

Após dois meses com 7,0 milhões de CNPJs no vermelho, dezembro de 2024 registrou 6,9 milhões de companhias endividadas. No entanto, em comparação com dezembro de 2023, houve um aumento de 300 mil no número de negócios inadimplentes. O segmento de “Serviços” foi o mais afetado, representando 55,3% das empresas negativadas. O índice também foi impulsionado pelo “Comércio”, que correspondeu a 35,4% do total. As “Indústrias” afetadas somaram 8,0%, o setor “Primário” 1,0% e “Outros” 0,3%.

Mulheres ja comandam a maiori ada slojas fraqueadas no Brasil. - Divulgação

Donas do negócio

As mulheres passaram a ser maioria atuando nas redes franqueadoras no Brasil. Segundo recente pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o percentual de mulheres atuando no setor cresceu de 46% em 2015 para 57% em 2024. No período também houve crescimento expressivo de mulheres em cargos de liderança, como diretoras, gerentes, supervisoras e conselheiras administrativas, que passou de 19%, em 2015, para 29% em 2024.

Ano Novo Chinês

Amanhã (29) começa o Ano da Serpente no Ano Novo Chinês de 2025, seguindo o calendário lunissolar, uma combinação do ciclo lunar e solar que reflete a relação milenar entre o tempo, a agricultura e as tradições culturais. A festa é responsável pela maior migração temporária de um país com mais de milhões de chineses voltando para suas aldeias para comemorar com seus familiares.

Ano Novo Chinês 2025 - Divulgação

Notas do Enem

Com notas de 806,88 (Ciência da Computação), 806,86 (Sistemas de Informação) e 800,46 (Engenharia da Computação), os cursos de graduação do CIn-UFPE foram novamente os cursos mais concorridos da Universidade Federal de Pernambuco. Pelo segundo ano consecutivo, os cursos obtiveram as maiores notas de corte no Sistema de Seleção Unificado (SiSU), processo que permite que os estudantes brasileiros ingressem na universidade pública utilizando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Os três cursos de graduação atraem 300 novos alunos anualmente e já formaram mais de 2.300 profissionais atuantes no Brasil e no exterior.

Laranjada São Geraldo, do Cariri (CE) - Divulgação

Cajuína do Cariri

A indústria de refrigerantes São Geraldo, do Cariri (CE), dona da marca Cajuína que se tornou referência cultural da região do Cariri, Sul do Ceará, sendo um local turístico que recebe visitantes e romeiros de todo o país está voltando a produzir refrigerante de laranja, com 33% de açúcar em relação à versão regular anterior. A empresa tem 45 anos no mercado.

Apoio ao futebol

O Assaí anuncia a renovação do patrocínio ao Campeonato Pernambucano de Futebol para 2025 celebrando mais de 10 anos de incentivo ao futebol e reforça seu compromisso com o esporte. Além de outras competições estaduais e regionais, ele apoia também a Copa do Nordeste. O Assaí tem atualmente 14 lojas em Pernambuco.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS