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Por Mirella Araújo e equipe
VULNERABILIDADE

Quase metade das escolas do Recife não têm áreas verdes dentro do lote, afirma estudo

Quase 24% das escolas no Recife estão em áreas de risco, sujeitas a alagamentos e deslizamentos, podendo afetar cerca de 43 mil alunos

Cadastrado por

Laís Nascimento

Publicado em 23/12/2024 às 13:40
No Recife, além da falta de áreas verdes nos lotes, quase 24% das escolas estão em áreas de risco - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Recife ocupa a terceira posição no ranking de capitais com mais escolas localizadas em áreas de risco climático, atrás de Salvador e Vitória. Além disso, quase metade dos estabelecimentos educacionais no município (46%) não têm áreas verdes dentro do lote.

As informações fazem parte de um levantamento do Instituto Alana, a partir de dados levantados pelo MapBiomas e analisados conjuntamente com a Fiquem Sabendo, e revelam os riscos climáticos aos quais estudantes e educadores estão expostos na capital.

Ao todo, foram analisadas 20.635 escolas públicas e particulares, de educação infantil e fundamental de todo o Brasil para entender o acesso das crianças e adolescentes a áreas verdes e a resiliência climática desses ambientes.

No país, as escolas públicas têm um desempenho melhor do que as particulares quando se trata de área verde no lote: apenas 9% das escolas particulares têm mais de 30% de área verde no lote, enquanto nas públicas o percentual é de 31%.

O cenário no Recife é preocupante: além da falta de áreas verdes nos lotes, quase 24% das escolas estão em áreas de risco, sujeitas a alagamentos e deslizamentos, podendo afetar cerca de 43 mil alunos.

Os riscos climáticos afetam principalmente as escolas que estão dentro ou em um raio de até 500 metros de favelas e comunidades urbanas. O número evidencia ainda mais a relação entre desigualdades e fatores climáticos no país.

A vulnerabilidade afeta de forma desproporcional também os estudantes negros. Eles sofrem mais com as escolas localizadas em áreas mais quentes: cerca de 36% das escolas com maioria de alunos negros estão em territórios com temperaturas 3,57ºC acima da média de temperatura da capital.

Para Maria Isabel Amando de Barros, especialista do Instituto Alana que esteve à frente do trabalho, “ter a natureza como centralidade e dar às crianças oportunidades para brincar e aprender com ela, contribui com a educação ambiental e climática, fomentando o protagonismo necessário para que crianças e adolescentes possam participar efetivamente da transição verde de nossas sociedades”.

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